Safira Bengell revive trajetória pioneira do transformismo em biografia lançada no Recife
Programação de lançamento no Recife inclui sessões de autógrafos, bate-papos e rodas de conversa
Publicado: 10/10/2025 às 15:57

Atriz transformista Safira Bengell (Foto: Divulgação)
Após passagem por Teresina, Belém, Salvador, Fortaleza e o sucesso em São Paulo, a atriz transformista, escritora e ativista cultural Safira Bengell retorna a Recife para lançar a biografia A Arte de Viver — A Dama da Diversidade Cultural Brasileira. O lançamento integra as comemorações dos 50 anos de atividades cênicas de uma artista que conquistou plateias no Brasil e no exterior.
A agenda acontece nesta sexta (10), com sessão de autógrafos e bate-papo na Livraria Jaqueira, a partir das 19h. No sábado (11), Safira continua a maratona com nova sessão e roda de conversa no Clube Metrópole, às 22h. O encerramento acontece no domingo (12), na Termas Boa Vista, também com sessão de autógrafos e conversa com o público, a partir das 19h.
“A expectativa está a 100% porque Recife é a maior metrópole do Nordeste”, diz ela, ressaltando a relação com o público local: “É uma alegria muito grande, porque a gente sabe que a realidade aqui, enquanto leitores, amantes da literatura e da leitura, também é muito alta”. Esta não é a primeira incursão de Safira no estado, onde já havia apresentado por duas vezes seu espetáculo ‘Le Girls Forever’ na cidade.
A obra detalha a sua extraordinária jornada, desde a infância e adolescência em Teresina até sua mudança para o Rio de Janeiro aos 18 anos, na década de 1970. Como a primeira nordestina transformista a fazer sucesso nos palcos cariocas e paulistas, Safira quebrou barreiras em uma época de intensa repressão. Seu talento lhe rendeu o título de cover oficial da cantora Maria Alcina, marcando o início de uma carreira repleta de conquistas.
Após viajar por quase todo o Brasil com seu grupo de artistas, ela partiu para a Europa, onde inicialmente enfrentou dificuldades, sendo presa como clandestina. Superando os obstáculos, tornou-se a primeira artista transformista brasileira a trabalhar em cinema no exterior, atuando com Christian de Sica (filho de Vittorio De Sica) e participando de produções da Rai International e Mediaset.
Além da carreira artística, o livro também reúne ações civis e políticas da autora. “Fui a primeira a retificar o prenome graças à carreira artística”, diz Safira, apontando como sua trajetória pessoal contribuiu para precedentes legais no país. Ela também registra participação em instâncias culturais do Estado e trabalho voluntário, reforçando o papel social da sua vida pública.
Para Safira, a biografia cumpre um papel essencial de esclarecimento: "Mostrar à sociedade a nossa verdadeira identidade, nossa imagem real, que hoje está muito confusa". Ela enfatiza que "as pessoas nem sabem quem foram esses artistas, por que existimos e o que representamos". Por isso, o registro se torna crucial para as novas gerações que desejam seguir este caminho.



