Atriz pernambucana Clara Pinheiro fala sobre próximos projetos
Descoberta em 'O Som ao Redor', Clara Pinheiro é filha dos cineastas e roteiristas Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira
Publicado: 14/07/2025 às 07:00

(Foto: Lucas Gatto)
Nascida em berço cinematográfico, Clara Pinheiro respirou cedo o clima de set de filmagens e, então sem grandes pretensões, ainda na pré-adolescência, tornou-se uma promessa da interpretação. Filha da diretora Renata Pinheiro com o também cineasta e roteirista Sérgio Oliveira, a pernambucana, hoje com 26 anos, vem explorando as latitudes da sua versatilidade como atriz sem abrir mão de outros talentos do universo audiovisual.
As primeiras memórias do mundo da sétima arte para Clara são da época em que sua mãe trabalhava como diretora de arte de Amarelo Manga, clássico de Cláudio Assis lançado em 2002. Aos 10 anos, no Cinema São Luiz, ela e seu pai se encontraram com o diretor Marcelo Lordello, que estava em pré-produção do filme Eles Voltam. Foi aí que surgiu a oportunidade para ela fazer um teste, que deu certo. Após a discreta participação no longa, lançado em 2012, a atriz foi indicada pela preparadora de elenco Amanda Gabriel para atuar em O Som ao Redor, em um dos núcleos centrais, no papel de Fernanda, filha da personagem de Maeve Jinkings.
As memórias das gravações do aclamado longa reverberam até hoje na mente de Clara. "Foi uma experiência incrível. Kleber estava sempre muito junto da gente para nos fazer entender o que estávamos fazendo em cada cena, além de mostrar referências de vários filmes, como O Iluminado, já que ele chegou a criar a cena assustadora em que a personagem tem um pesadelo, que não estava no roteiro", revela Clara.
As referências de cinema de terror aprendidas com Kleber acompanharam Clara anos depois no filme surrealista A Noite Amarela (2019), de Ramon Porto Mota, em que um grupo de adolescentes vai até uma ilha onde sinistras alucinações começam a acontecer no meio da noite. Já em parceria com sua mãe, Renata, ela atuou em Carro Rei (2022), grande vencedor do Kikito de Melhor Filme no Festival de Gramado, e em Lispectorante.
Clara, inclusive, não esconde a grande inspiração que a mãe lhe representa e enaltece a singularidade do seu cinema. "Ela tem um entendimento muito poderoso do Brasil, nas minúcias das relações de poder até a grande mistureba cultural que nós somos. Sempre me inspira demais a forma como, em todos os seus filmes, ela transforma lixo em purpurina (Amor, Plástico e Barulho), sucata em inteligência (Carro Rei) e ruínas em poesia (Lispectorante)", declara.
Em 2023, Clara foi estudar teatro na Casa das Artes de Laranjeira (CAL), no Rio de Janeiro, onde mora até hoje. Além de participações pontuais em séries de TV, como Body by Beth e Cangaço Novo, ela já começou a desenvolver seu talento de roteirista, em parceria com seu pai, Sérgio. "Estamos com um projeto de uma série chamada Os Superexpostos, sobre a influência das redes sociais nas crianças. A proposta é de algo bastante crítico e muito bem-humorado, mas ainda está em fase inicial", conta, empolgada para voltar aos sets.

