MPPE vai investigar entrada de ilícitos e falhas estruturais na Cadeia Pública de Lajedo
Decisão ocorre após apreensão de materiais proibidos e identificação de problemas operacionais na unidade prisional
Publicado: 02/12/2025 às 22:08
Cadeia Pública de Lajedo (Foto: Secretaria Nacional de Políticas Penais)
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou, nesta terça-feira (2), um inquérito civil para investigar a entrada recorrente de materiais ilícitos na Cadeia Pública de Lajedo e apurar falhas estruturais e operacionais na unidade prisional. A medida foi oficializada após a conclusão de um procedimento preparatório que reuniu denúncias, informações de órgãos de segurança e resultados de uma vistoria realizada em abril, quando diversos itens proibidos foram apreendidos.
Segundo o MPPE, o procedimento inicial, aberto em maio deste ano, buscou esclarecer denúncias sobre a entrada de celulares e outros objetos ilegais na unidade. Durante essa fase, foram solicitadas informações à Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP), à 11ª Companhia Independente da Polícia Militar e à Delegacia de Lajedo.
De acordo com o Ministério Público, as respostas, no entanto, apontaram a necessidade de aprofundamento das apurações e de formalização de medidas mais abrangentes para solucionar as irregularidades.
O órgão destacou que a persistência dos problemas representa risco à segurança pública e à regularidade da execução penal. Entre as falhas identificadas estão a ausência de videomonitoramento eficaz, insuficiência de equipamentos de detecção de metais, carência de um conselho disciplinar e falta de adequação dos espaços destinados a audiências por videoconferência.
Com a abertura do inquérito civil, o MPPE vai acompanhar e cobrar a implementação das medidas necessárias. Entre as primeiras providências, o órgão determinou que a SEAP apresente um cronograma detalhado para executar as ações previstas em despacho anterior e avalie a incorporação de sugestões feitas pela Polícia Militar. A Delegacia de Lajedo também foi oficiada para atualizar informações sobre o andamento do inquérito policial ligado ao caso.
O procedimento terá prazo inicial de um ano, prorrogável por igual período. A instauração foi comunicada ao Centro de Apoio Operacional do MPPE, à Secretaria-Geral e aos órgãos de controle interno.
Apreensões em presídios
Um balanço divulgado nesta terça-feira (2) pelo estado revelou que, somente nos dez primeiros meses de 2025, policiais penais de Pernambuco apreenderam 44.9 quilos de drogas, 43 celulares, 40 litros de bebidas industriais, 16 carregadores e 58 chips telefônicos com familiares e visitantes em 16 unidades prisionais e cadeias públicas do Recife e Grande Recife. Todos eles foram apreendidos na entrada dos presídios