Em Pernambuco, governo federal lança estratégia para ampliar acesso à saúde de mulheres de comunidades pesqueiras
Plano prevê investimento progressivo e expansão das equipes ribeirinhas até 2028
Publicado: 02/12/2025 às 17:20
Portaria assinada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, prevê investimento de R$ 33,8 milhões em 2026, por parte da pasta, para ampliar as equipes de Saúde da Família Ribeirinha e beneficiar 2.690 municípios (Foto: Rafael Nascimento/MS)
O Ministério da Saúde e o Ministério da Pesca e Aquicultura lançaram, nesta terça-feira (2), em Itapissuma, no Litoral Norte de Pernambuco, a estratégia Mais Saúde para as Mulheres das Águas, voltada ao cuidado e ao acesso à saúde de pescadoras artesanais, ribeirinhas e populações costeiras e marítimas. A iniciativa recebe um aporte de R$ 33,8 milhões em 2026.
O evento contou com a presença da primeira-dama, Janja Lula da Silva, do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula.
A iniciativa atende a uma demanda apresentada à primeira-dama em agosto de 2025, durante visita à Colônia Z-10, e responde a reivindicações históricas dessas comunidades por maior acesso à saúde e por equipes preparadas para atuar em territórios aquáticos.
Durante o lançamento, o ministro Alexandre Padilha destacou a especificidade dessas regiões. “Conheci muita colônia de pescadores na Amazônia, onde trabalhei durante muitos anos, mas esta aqui é a primeira liderada por mulheres que eu já vi na minha vida. As necessidades de um posto de saúde de Recife são diferentes das de uma cidade como Itapissuma. A gente precisa ter um posto de saúde, uma equipe de saúde, um médico, uma enfermeira, um agente comunitário de saúde diferente para cuidar da realidade das mulheres que trabalham nas águas”, afirmou.
De acordo com o governo, o investimento previsto será progressivo. Em 2026, com a alteração da tipologia de 72 Equipes de Saúde da Família Ribeirinha, serão destinados R$ 33,8 milhões. A expectativa é que, com a ampliação do credenciamento, o montante ultrapasse R$ 260 milhões até 2028, permitindo mais profissionais, mais estrutura e maior oferta de cuidados.
“Esta ação é fruto de um governo que escuta as pessoas, que envolve as pessoas para as quais nós trabalhamos para construir as saídas que resolvem os problemas delas. Isso está acontecendo porque as mulheres que estavam lá dentro deram o testemunho, trouxeram uma sugestão e estão em conjunto com o presidente Lula, transformando para melhor a vida dos homens e mulheres que vivem nas águas”, afirmou o ministro André de Paula.
A portaria que institui a estratégia também amplia a composição possível das equipes ribeirinhas e fluviais, permitindo aumento de até 50% no limite de profissionais, além de atualizar incentivos financeiros e incluir equipamentos logísticos.
Durante o evento, os ministérios assinaram ainda um memorando de interesses para criar uma agenda permanente de cooperação, com ações em saúde ocupacional, logística integrada, formação continuada das equipes, vigilância em saúde, campanhas específicas e iniciativas voltadas à saúde das mulheres da pesca.
Cada equipe de Saúde da Família Ribeirinha deve ter, no mínimo, médico, enfermeiro e auxiliar ou técnico de enfermagem, podendo incluir profissionais como psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas. Para atender comunidades remotas, os municípios podem solicitar recursos para pontos de apoio com infraestrutura de atendimento, além de veículos e embarcações de pequeno porte para deslocamento das equipes e realização de visitas domiciliares.