Passageiros relatam calor, superlotação e quebra constante de ônibus no Grande Recife
Depoimentos de quem usa ônibus no Grande Recife refletem a preocupação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que recomendou providências urgentes para resolver "quadro crítico" da frota
Publicado: 28/11/2025 às 16:01
Usuários confirmam preocupação do MPPE com péssimo estado da frota no Grande Recife (CADU SILVA/DP)
Passageiros que dependem diariamente do transporte coletivo no Grande Recife relatam uma rotina marcada por calor excessivo, superlotação, falhas mecânicas frequentes e falta de conforto nos ônibus.
Os depoimentos foram colhidos nesta sexta-feira (28) e reforçam problemas antigos do sistema, que seguem sem solução efetiva para quem utiliza o serviço todos os dias.
De acordo com Leandro Júnior, 20 anos, o principal problema é o calor dentro dos veículos, agravado quando o coletivo está cheio.
“O calor é o que prejudica, é muito quente. Principalmente, quando está lotado. Já vi gente passar mal por causa disso”, contou. Ele diz acreditar que exista manutenção regular, mas avalia que parte da conservação depende da própria população.
Uma outra passageira afirmou que o serviço está “péssimo” e criticou a falta de cobradores. “Sobre conforto, Deus me livre, tá terrível mesmo. Calor e superlotação, não sei nem o que está acontecendo”, disse Elizabeth Paiva, de 65 anos.
Marinalva Pereira, de 53 anos, aponta problemas estruturais e de segurança. Para ela, a maior parte da frota está defasada. “Muito Calor. A maioria dos ônibus são defasados e não foram atualizados como deveriam pela lei. 99% das vezes me sinto desconfortável. O 1% de conforto é quando pego aqueles que têm ar-condicionado e que as cadeiras são um pouco mais fofas.”
Os passageiros também afirmam que a quebra dos veículos se tornou rotina. “Acontece muitas vezes”, disse Elizabeth. “É horrível, porque a gente espera o de trás e ele já vem lotado. Aí acumula todo mundo”, finalizou.
Sandra Tavares, 57 anos, enfrenta longas viagens diariamente. Ela define o deslocamento como “um transtorno”. “Quando tem paralisação do metrô, os coletivos ficam superlotados. É horrível. O ônibus cheio, calor, gente mal educada, vendedores ambulantes gritando e não tem fiscalização”, afirmou.
Para ela, o conforto é inexistente. “O ônibus freia e a gente freia junto. Se não segurar, voa. Nenhum conforto.”
Os relatos reforçam que a maior queixa dos passageiros é a combinação de calor, lotação e veículos sucateados, problemas que, segundo eles, tornam o transporte coletivo do Recife cada vez mais desgastante e imprevisível.