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IA agêntica deve dominar o mercado global de consumo em 2026, prevê pesquisa do IEEE

Ao contrário da IA tradicional, que apenas responde a comandos ou analisa dados, a IA agêntica atua de forma autônoma

Larissa Aguiar

Publicado: 06/11/2025 às 17:33

 Pesquisa do IEEE
/Divulgação

Pesquisa do IEEE (Divulgação)

A inteligência artificial (IA) está prestes a dar um novo salto rumo ao cotidiano das pessoas. Segundo o estudo “O Impacto da Tecnologia em 2026 e Além: um Estudo Global do IEEE”, divulgado nesta terça-feira (4) pelo Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), a chamada IA agêntica (capaz de definir metas, planejar e executar tarefas com mínima intervenção humana) deve atingir adoção em massa até 2026, chegando ao mercado de consumo como uma espécie de assistente inteligente para o dia a dia.


Ao contrário da IA tradicional, que apenas responde a comandos ou analisa dados, a IA agêntica atua de forma autônoma. Ela será usada em funções como personal shopper, organizador de agenda, gerente de privacidade digital e monitor de saúde, segundo o levantamento, que ouviu líderes globais de tecnologia no Brasil, China, Índia, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.


No Brasil, 60% dos especialistas consultados acreditam que os setores de Desenvolvimento de Software, Bancos e Serviços Financeiros e Mídia e Entretenimento serão os mais transformados pela IA até 2026. Em seguida, vêm os segmentos de Saúde (28%), Educação (28%) e Telecomunicações (18%).


Crescimento e impacto no mercado de trabalho
A popularização da IA agêntica também promete impulsionar uma onda de contratações de analistas de dados. Segundo o estudo, 91% dos profissionais de tecnologia concordam que o uso dessa tecnologia para processar grandes volumes de informações crescerá nos próximos anos. A demanda será acompanhada pela procura por novas competências, como análise de dados (38%), práticas éticas em IA (44%), aprendizado de máquina (34%) e modelagem de dados (32%).


O avanço rápido da IA agêntica é consenso entre 96% dos profissionais ouvidos pelo IEEE. Para 64% dos brasileiros, empresas e startups continuarão acelerando os investimentos nesse tipo de tecnologia em 2026.


Desafios e governança
Apesar do otimismo, privacidade e segurança de dados permanecem como os principais desafios. Quase metade dos entrevistados (48%) apontou o tema como a maior preocupação, seguida pelo uso da IA em ataques cibernéticos e pela resistência social à automação.


Outro ponto sensível é a governança da IA. A pesquisa mostra que políticas de uso ainda estão sendo desenhadas nas empresas, variando conforme a origem do software — se desenvolvido internamente ou por terceiros. Entre os brasileiros, 54% afirmam que suas organizações já possuem ou estão implementando políticas alinhadas às regulamentações governamentais.

Transformações tecnológicas e o papel da robótica
De acordo com o IEEE, as áreas mais impactadas pela IA em 2026 serão Robótica (52%), Realidade Estendida (36%) — que engloba realidade aumentada, virtual e mista — e Veículos Autônomos (35%). Mais da metade dos entrevistados (51%) acredita que entre 26% e 50% dos empregos globais serão ampliados por softwares de IA até 2026.


O estudo também destaca a chegada dos robôs humanoides ao ambiente de trabalho. Embora 77% dos especialistas afirmem que eles podem inicialmente trazer um aspecto de novidade e diversão, a expectativa é de que se tornem “colegas de trabalho comuns” nos próximos anos.


Infraestrutura e futuro
A consolidação da IA no mercado mundial ainda depende de investimentos em infraestrutura. Quase metade dos entrevistados (49%) estima que serão necessários de cinco a sete anos para construir a rede global de data centers capaz de suportar o crescimento da tecnologia.

 

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