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OUTUBRO ROSA

Outubro Rosa: a força da estética e da genética na reconstrução da autoestima após o câncer de mama

A biomédica Dra. Maria Ribeiro, doutora em Biotecnologia e pós-doutora em Genética, explica que os fatores genéticos são determinantes na regeneração tecidual e na produção de colágeno processos essenciais para quem passou por cirurgias, quimioterapia ou radioterapia

Larissa Aguiar

Publicado: 31/10/2025 às 17:57

bio/Divulgação

bio (Divulgação)

No mês dedicado à conscientização e prevenção do câncer de mama, a cor rosa ganha novos significados. Mais do que símbolo de alerta, ela representa também o renascimento da autoestima de mulheres que enfrentaram o tratamento oncológico e buscam, na estética e na ciência, um caminho seguro para se reconectar com o espelho. Em Pernambuco, profissionais da área têm unido genética e biotecnologia para oferecer abordagens personalizadas que respeitam o ritmo e as particularidades de cada organismo.

A biomédica Dra. Maria Ribeiro, doutora em Biotecnologia e pós-doutora em Genética, explica que os fatores genéticos são determinantes na regeneração tecidual e na produção de colágeno processos essenciais para quem passou por cirurgias, quimioterapia ou radioterapia. “O DNA carrega informações que influenciam desde o ritmo da renovação celular até a predisposição à flacidez ou à perda de densidade dérmica. Quando compreendemos esses mecanismos, conseguimos indicar procedimentos mais eficazes e evitar riscos em períodos de fragilidade biológica, como o pós-tratamento oncológico”, explica.

Essa visão personalizada marca uma virada na estética contemporânea, que, segundo a especialista, “é guiada pela ciência e pela individualidade, e não mais por padrões universais de beleza”. Em vez de soluções genéricas, a genética aplicada à estética permite que cada mulher receba tratamentos adequados ao seu perfil biológico — um avanço que vai além da aparência, alcançando o emocional e o simbólico.

Entre os procedimentos mais procurados, estão o botox, os preenchimentos com ácido hialurônico e os bioestimuladores de colágeno, que podem ser utilizados de forma segura, desde que com acompanhamento médico e respeito ao histórico clínico e genético da paciente. Mas os novos horizontes da biotecnologia vão ainda mais longe.

De acordo com a Dra. Maria Ribeiro, a genética tem sido fundamental não apenas na terapia, mas também na reconstrução mamária. “Hoje já se estuda o uso de tecidos da própria paciente para regenerar áreas afetadas, criando mamas saudáveis e naturais. É a medicina regenerativa transformando a estética em parte do processo de cura”, afirma.

Outra frente de pesquisa é o estudo sobre como diferentes tipos de pele respondem aos tratamentos oncológicos, como a radioterapia. Esse conhecimento permite que, antes mesmo do início do tratamento, seja possível prevenir danos estéticos de forma personalizada, reduzindo o impacto físico e emocional.

Segundo a especialista, o uso da genética na estética tem um papel essencial na personalização do cuidado antes e depois do tratamento. “A paciente oncológica já está fragilizada por passar por um processo tão difícil, e a autoestima é imprescindível para o sucesso do tratamento. Quanto menos danos à beleza natural forem causados, melhor. A estética, nesse contexto, ajuda a devolver colágeno, viço e até a uniformização do tom de pele”, reforça.

Apesar de não existirem evidências científicas que contraindiquem os procedimentos estéticos no período de recuperação, a Dra. Maria destaca a importância da parceria entre os profissionais de estética e os oncologistas. “Os tratamentos disponíveis hoje são seguros, mas é fundamental que haja autorização e acompanhamento médico. A autoestima dessas pacientes é essencial para o sucesso do tratamento e para a manutenção da remissão do câncer”, orienta.

Além dos benefícios físicos, a estética atua diretamente na reconstrução emocional. “Estética é autoestima. Quando a mulher se olha no espelho e se sente bem, isso reflete em todas as áreas da vida no trabalho, nas relações e na saúde mental. E no caso das mulheres que venceram o câncer, essa transformação é ainda mais profunda”, ressalta.

Mas para que essa nova fronteira se torne realidade para mais mulheres brasileiras, ainda há barreiras a vencer. O principal obstáculo, segundo a biomédica, é a falta de informação. “Muitas pacientes e até profissionais de saúde desconhecem que podem contar com esse tipo de cuidado. Falta conhecimento sobre as possibilidades que a genética oferece na estética e sobre como esses procedimentos podem mudar a vida dessas mulheres”, conclui.


 

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