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Vida Urbana
CENSO 2022

Número de etnias indígenas em Pernambuco tem aumento de 20,3%, diz IBGE

Levantamento observou, ainda, um aumento expressivo de línguas indígenas declaradas pelas pessoas indígenas de 5 anos ou mais de idade, de 35 para 55 línguas (57,1%) em 12 anos

Diario de Pernambuco

Publicado: 24/10/2025 às 13:11

 /Rinaldo Marques/Alepe

(Rinaldo Marques/Alepe)

Foram observadas 148 etnias indígenas em Pernambuco pelos agentes de pesquisa do último Censo de 2022. O número representa um aumento de 20,3% com relação ao quantitativo registrado pelo Censo de 2010.

Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (24), em evento no Instituto de Geociências da Unicamp, em Campinas (SP), com transmissão ao vivo pelo IBGE Digital.

O levantamento observou, ainda, um aumento expressivo de línguas indígenas declaradas pelas pessoas indígenas de 5 anos ou mais de idade, de 35 para 55 línguas (57,1%) em 12 anos de intervalo entre os censos.

Em 2022, as três maiores etnias de Pernambuco – Xukuru, Pankararú e Atikum – somavam 56.793 pessoas, sendo a Xukuru a mais populosa, com 24.281 indígenas. Juntas, elas concentram mais da metade de todos os indígenas de Pernambuco (51,3%). As pessoas pertencentes a essas etnias podem morar tanto nas terras indígenas quanto fora delas.

Enquanto 92.342 (87,7%) moradores do estado que declararam especificamente uma etnia de pertencimento possuem idade mediana de 28 anos, os que optaram por não declarar (5,7%) tinham idade mediana de 39 anos em 2022.

Em seguida, vêm os que de fato declararam que não sabem qual sua etnia (4,8%), com idade mediana de 38 anos.

Apesar da grande maioria dos entrevistados declarar seu pertencimento étnico, são poucos os que falam língua indígena em Pernambuco, somando apenas 3,8% das pessoas mesmo com a inclusão de registros do censo com declarações mal definidas com relação a qual língua indígena era falada.

As etnias pernambucanas que mais concentram falantes de línguas indígenas são os Fulni-ô (2.940 pessoas), Xukuru (378 pessoas) e Pankararú (94 pessoas). O idioma mais falado é o Macro-Jê, com 3.015 falantes no estado, e suas variantes linguísticas como o Yathê, falado por 2.946 pessoas desse total.

Em geral, os indígenas de Pernambuco, de 15 anos ou mais de idade, que declararam falar alguma língua nativa se apresentaram como alfabetizados.

Dentre os Fulni-ô, 84,7% eram alfabetizados, contra 83,59% dos Xukuru e 96,15% dos Pankararú. Outras etnias com menor população, como a Xukuru-Kariri, a Xavante e a Wassú, registraram todos os moradores maiores de 15 anos e falantes de línguas indígenas como capazes de ler e escrever pelo menos um bilhete simples, no idioma que conhecem, inclusive em língua indígena.

Para Marta Antunes, gerente de Povos e Comunidades Tradicionais e Grupos Populacionais Específicos do IBGE, a importância da divulgação desses dados reside no retrato da diversidade da população indígena no país.

“O Brasil, quando você olha para outros países da América Latina, tem essa diversidade étnica e linguística. Esse quantitativo expressivo de etnias, esse quantitativo expressivo de línguas faladas”, comenta. “Ao mesmo tempo, a gente teve esse grande aumento da população indígena entre 2010 e 2022, de quase 90%. Então, havia muita curiosidade: quem são esses indígenas?”

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