° / °
Vida Urbana
DP SOCIAL

Esperança que se multiplica: projeto social em Jaboatão transforma a vida de crianças e famílias

O que começou como uma pequena creche com 15 crianças, hoje é uma instituição estruturada, com prédio próprio de quatro andares, 30 funcionários, 10 voluntários e 190 crianças atendidas, todas recebendo educação, alimentação e acompanhamento

Larissa Aguiar

Publicado: 22/10/2025 às 06:30

Projeto Social Casa da Esperança /Divulgação

Projeto Social Casa da Esperança (Divulgação)

Em meio às ruas de Candeias, no município de Jaboatão dos Guararapes, uma casa pintada com cores vivas guarda, há quase três décadas, um dos projetos sociais mais significativos do Grande Recife. Fundada em 1998 pela Igreja Anglicana, a Casa da Esperança nasceu com uma missão: garantir os direitos e promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes. O que começou como uma pequena creche com 15 crianças, hoje é uma instituição estruturada, com prédio próprio de quatro andares, 30 funcionários, 10 voluntários e 190 crianças atendidas, todas recebendo educação, alimentação e acompanhamento.

A semente que deu origem à Casa da Esperança brotou da inquietação de membros da Igreja Anglicana diante da dura realidade vivida por famílias das comunidades do entorno de Candeias. Em um cenário de desigualdade e ausência de políticas públicas efetivas, a instituição surgiu como uma alternativa de cuidado e transformação. “Começamos com uma casa simples, atendendo 15 crianças da Comunidade das Carolinas, enquanto seus pais saíam para trabalhar. E”, relembra Andrezza Limeira, diretora-presidente da Casa.

Desde então, o projeto cresceu em estrutura e alcance. Hoje, a Casa atua em sete comunidades da região, com ações voltadas para o fortalecimento do vínculo comunitário, promoção da saúde, reforço educacional e prevenção de situações de risco.

A Casa da Esperança tem a educação como eixo central de atuação. O primeiro passo foi a criação da Creche Esperança, que oferece educação integral para crianças de 1 a 3 anos. Além do cuidado diário, com cinco refeições diárias, o espaço proporciona atividades lúdicas, esportivas e psicomotoras, além de estimular a leitura e a escrita desde cedo.

Com o passar dos anos, a Casa ampliou o atendimento e criou o Projeto Continuidade, voltado para crianças de 4 a 11 anos que necessitam de reforço escolar. As atividades são planejadas de forma individualizada e incluem aulas de inglês, artes e informática. “Essas crianças estudam na escola regular e passam o contraturno conosco. Aqui, recebem reforço, acompanhamento psicológico e apoio socioeducativo. É um trabalho que envolve toda a família”, explica Andrezza.

Uma rede que envolve famílias e comunidade

Além do atendimento às crianças, a Casa da Esperança trabalha em parceria com os pais e responsáveis. A equipe multidisciplinar, formada por educadores, assistentes sociais, psicóloga e nutricionista, acompanha o desenvolvimento das famílias, promovendo palestras, rodas de conversa e orientações sobre saúde, cidadania e convivência familiar.

Atualmente, todas as diretorias da instituição são compostas por voluntários, nove no total, e o projeto sobrevive com a ajuda de doações, apadrinhamentos e parcerias com empresas e órgãos públicos. Uma das ações mais recentes é a parceria com a Neoenergia Pernambuco, que permite que os doadores contribuam com o projeto diretamente pela conta de energia elétrica.


Mesmo com tantos avanços, a Casa da Esperança ainda sonha alto. O prédio de quatro andares, construído com recursos do exterior em 2020, ainda tem um pavimento a ser finalizado. A pandemia atrasou as obras e a alta nos custos da construção civil impediu a conclusão do espaço. Mas, para Andrezza, o projeto continua firme no propósito de expandir o atendimento.

“O nosso sonho é terminar o último andar para abrigar consultórios médicos e odontológicos. Também queremos oferecer aulas de judô, balé e cursos profissionalizantes para os adolescentes”, detalha a diretora. A ampliação permitirá que o antigo Projeto Esperançar, voltado para jovens de até 17 anos, volte a funcionar, preparando-os para o mercado de trabalho e fortalecendo sua autonomia.

A expectativa é que, com novos investimentos, a Casa possa acompanhar o crescimento das crianças desde o primeiro ano de vida até o início da vida profissional. “Queremos que nossas crianças entrem com um ano e saiam com o primeiro emprego, prontas para construir um futuro digno e cheio de oportunidades”, afirma Andrezza, com orgulho.

 

 

Mais de Vida Urbana

Últimas

WhatsApp DP

Mais Lidas

WhatsApp DP

X