Policiais militares são afastados após denúncia de estupro no Cabo de Santo Agostinho
A pasta informou que os agentes estão desempenhando funções administrativas até a conclusão das investigações.
Publicado: 14/10/2025 às 18:03

Posto do BPRv no Cabo (Reprodução/Google Maps)
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) afastou três policiais militares do Batalhão da Polícia Rodoviária (BPRv) suspeitos de envolvimento em um caso de estupro ocorrido na PE-060, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Uma mulher de 48 anos teria sido a vítima. A pasta informou que os agentes estão desempenhando funções administrativas até a conclusão das investigações.
De acordo com o boletim de ocorrência, o crime teria acontecido na noite da última sexta-feira (10), por volta das 22h30, e foi registrado no dia seguinte na Delegacia da Mulher do município.
O secretário de defesa Social, Alessandro Carvalho, pediu desculpas, ao falar sobre o caso. "Minha primeira palavra é de solidariedade, de desculpa. É um fato inadmissível o que foi narrado, o que foi registrado. Uma violência praticada por um agente do estado no interior de uma repartição, mas eu quero dizer que isso é uma exceção. As polícias de Pernambuco são formadas por pessoas muito qualificadas e não é esse o procedimento. Nós repugnamos isso de forma veemente e todas as providências estão sendo tomadas", declarou.
A vítima contou que seguia para a praia de Gaibu acompanhada de uma amiga e das duas filhas, de 16 e 9 anos, quando o carro foi parado por três policiais que faziam uma fiscalização de rotina. Após apresentar a documentação, ela foi informada por um dos agentes sobre possíveis débitos de licenciamento e multa.
Segundo o relato, o policial pediu que a mulher o acompanhasse até uma sala no interior do posto, afirmando que era parte do procedimento. No local, o agente teria apagado as luzes e cometido o abuso. A mulher relatou ter sido forçada a praticar sexo oral, resistindo à investida. Depois do ato, o policial a teria liberado, permitindo que ela deixasse o local com as filhas e a amiga.
No sábado (11), a vítima procurou a Delegacia da Mulher e reconheceu o suspeito a partir de fotografias apresentadas pelos investigadores. As roupas usadas no momento do crime foram recolhidas, mas, segundo o depoimento, ela não foi encaminhada ao Instituto de Medicina Legal (IML) para exame pericial.
A mulher também afirmou temer represálias, já que o policial teve acesso aos seus dados pessoais durante a abordagem. O caso foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar, que apura a conduta do agente e busca identificar os outros dois policiais presentes no momento do crime.
O registro da ocorrência foi feito com acompanhamento de uma representante da Secretaria da Mulher do Recife.
“Diante da seriedade dos fatos, o Comando Geral da PMPE determinou a imediata instauração de um Inquérito Policial Militar (IPM) para assegurar uma apuração justa, transparente e completa. Assim que os policiais envolvidos forem identificados, eles serão afastados de suas funções operacionais enquanto as investigações estiverem em andamento”, destaca a PM.

