Rosa também é a cor da esperança
A ONG CasaRosa, situada no Espinheiro, Zona Norte do Recife, há 11 anos acolhe mulheres em tratamento de câncer de mama, colo de útero, ovário e útero
Publicado: 15/10/2025 às 07:18

A ONG CasaRosa, situada no Espinheiro, Zona Norte do Recife, há 11 anos acolhe mulheres em tratamento de câncer de mama, colo de útero, ovário e útero (Foto: Divulgação/Paula Maestrali)
Rosa também pode ser a cor da esperança. Há 11 anos, a ONG CasaRosa, situada no Espinheiro, Zona Norte do Recife, transforma essa ideia em realidade, ressignificando e dignificando o tratamento oncológico de mulheres do interior de Pernambuco que vêm para hospitais públicos do Grande Recife realizar quimioterapia e radioterapia.
A missão da Casa Rosa é contribuir para a redução do índice de câncer de mama em Pernambuco, promovendo qualidade de vida por meio do acolhimento digno e do suporte integral ao longo do tratamento oncológico. A ideia da organização surgiu a partir de um grupo de voluntárias que atuavam em unidades de saúde, conta Kadja Camilo, atual diretora financeira da ONG, e participante da criação da CasaRosa.
“Nós atuávamos no terceiro setor de forma voluntária. De uma conversa informal foi surgindo. Nossa atual presidente honorária tinha passado pelo câncer muito recentemente em 2013, ela estava concluindo o tratamento e ela teve uma observação interessante, ela disse: ‘A gente sabe o quanto é difícil tratar o câncer quando você tem todo o aparato, rede de apoio e recursos. Imagina essas mulheres, que moram no interior, vêm para a capital para tentar se tratar e que não tem isso’. Médicos já disseram que perdiam as pacientes, porque quando elas eram informadas que precisavam permanecer por meses, aqui na capital, não vinham mais concluir o tratamento”, ela compartilha.
Acolhimento
A partir dessa observação, e de muita articulação, nasceu a ONG CasaRosa. O espaço recebeu e acolheu, desde maio de 2014, 270 pacientes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e encaminhadas à Casa pelos Hospitais de Petrolina, no Sertão, e Mestre Vitalino, em Caruaru, no Agreste, e nos Hospitais das Clínicas, Barão de Lucena, do Câncer, Osvaldo do Cruz e Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (Imip), todos no Grande Recife.
No local, as pacientes podem ter segurança para conseguir seguir com o tratamento. Elas recebem roupas de cama, kit higiene, três refeições diárias e lanches, além de acompanhamento de saúde com psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas integrativos e dentistas.
“A gente pensou em criar esse espaço unicamente para elas, para que pudessem compartilhar esse momento de vida, e oferecer também qualidade de vida para esse momento difícil, para que elas tivessem não tivessem que se preocupar com outra coisa a não ser com o tratamento. A gente conseguiu fundar em 2014, abrimos as portas com a ajuda da sociedade civil, a gente conseguiu mobilizar pessoas e conseguimos toda a casa mediante doação. Lançamos a campanha em janeiro e em maio de 2014 nós estávamos com a casa pronta, sem faltar absolutamente nada para receber as pacientes que viessem dos hospitais”, relembra Kadja.
Esperança
Para Kadja, o que a casa pode representar na vida das pacientes é esperança.
“A Casa Rosa é sinônimo de esperança. Elas aqui conseguem principalmente com os pares, com as outras usuárias que estão na casa trocando ideias, elas conseguem enxergar que existe vida após o caos. Ter um espaço, um lar provisório que acolha no momento tão difícil, é ressignificar esse tratamento e dar esperança para essas mulheres. Não é digno precisar de um tratamento e ter que dormir em bancos, como era a história que a gente escutava nos hospitais. Mulheres que precisavam dormir em bancos porque não tinham como dormir, ou como voltar para casa e no outro dia estar logo cedo no hospital”.
Outubro Rosa
A CasaRosa também atua para contribuir nos diagnósticos de câncer de mama, a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, segundo o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Nesta quarta (15), a organização promoverá mais de 300 encaminhamentos para mamografias e 100 ultrassonografias, exames para rastreamento de câncer de mama, que poderão ser feitos em clínicas privadas. Os cadastros poderão ser feitos a partir das 7h, na sede da instituição, na Rua Nicarágua, 151, no Espinheiro.
O objetivo é atender mulheres em situação de vulnerabilidade social com idades entre 40 e 74 anos, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) e que não tenham feito o exame dentro da janela de um ano (12 meses). As interessadas devem apresentar documentos de identidade com foto e o cartão do SUS (Sistema Único de Saúde) e comprovante de residência (conta de água ou energia).

