PE está entre 5 estados com índices mais altos de insegurança alimentar, diz IBGE
Divulgados nesta sexta (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados são do módulo Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua
Publicado: 10/10/2025 às 12:02

(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Pernambuco está entre os cinco estados com índices mais altos de insegurança alimentar no Brasil.
Divulgados nesta sexta (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os dados são do módulo Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.
Os percentuais mais altos de domicílios em insegurança alimentar foram no Pará (44,6%), Roraima (43,6%), Amazonas (38,9%), Bahia (37,8%), Pernambuco (35,3%), Maranhão (35,2%), Alagoas (35%) e Sergipe (35%).
Já os estados com nível grave de insegurança alimentar mais alto foram Amapá (9,3%), Amazonas (7,2%) e Pará (7,0%).
A pesquisa é realizada por meio de uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Este módulo faz parte de uma série de resultados sobre este tema, já coletados na antiga PNAD (2004, 2009, 2013) e na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018. Embora não sejam pesquisas diretamente comparáveis, o IBGE manteve um padrão quinquenal que permite traçar a trajetória de enfrentamento da fome no país. A menor taxa de insegurança alimentar nessa série foi de 22,6% na PNAD 2013.
No Brasil, a quantidade de domicílios com pessoas com algum grau de insegurança alimentar caiu para 18,9 milhões, o que representa 2,2 milhões de lares a menos nessa condição entre 2023 para 2024.
Proporcionalmente, o número de domicílios recuou de 27,6% para 24,2% nesse mesmo período, indicando que quase um em cada quatro domicílio ainda está em insegurança alimentar. Consequentemente, a proporção de domicílios em segurança alimentar aumentou de 72,4% para 75,8%.
Níveis
A pesquisa classifica a insegurança alimentar em três níveis:
Insegurança alimentar leve: preocupação ou incerteza quanto ao acesso a alimentos e redução da qualidade para não afetar a quantidade;
Insegurança alimentar moderada: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos entre adultos;
Insegurança alimentar grave: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos também entre menores de 18 anos. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.
“Todos os três níveis de insegurança alimentar caíram de 2023 para 2024: leve, de 18,2% para 16,4%; moderada, de 5,3% para 4,5%; e grave, de 4,1% para 3,2%. Em relação ao nível grave, esse percentual representa 2,5 milhões de famílias que passaram por privação quantitativa de alimentos, que atingiram tanto adultos quanto crianças e adolescentes”, informou o IBGE.
Regiões
Norte (37,7%) e Nordeste (34,8%) apresentaram as maiores proporções de insegurança alimentar nos três níveis (leve, moderada e grave), sendo que o grau mais grave foi registrado em 6,3% e 4,8% dos domicílios, respectivamente.
Entre as demais grandes regiões, a insegurança alimentar chegou a 20,5% dos domicílios do Centro-Oeste, 19,6% do Sudeste, e 13,5% do Sul.
A taxa de insegurança alimentar grave do Norte foi quase quatro vezes maior quando comparada com o Sul (1,7%), que foi a grande região com a menor proporção de domicílios em insegurança alimentar.
Avaliação
A quantidade de domicílios em insegurança alimentar era maior no Nordeste (7,2 milhões), seguido por Sudeste (6,6 milhões), Norte (2,2 milhões), Sul (1,6 milhão) e Centro-Oeste (1,3 milhão). “Em termos absolutos, a região Sudeste, por concentrar a maior parte da população, tem um número elevado de domicílios em situação de insegurança alimentar. Uma coisa é olhar por termos proporcionais, com piores situações no Norte e Nordeste. Mas quando vemos em termos de quantidade, são Nordeste e Sudeste”, explica a analista da pesquisa, Maria Lucia Vieira.
Quase todas as Unidades da Federação tiveram melhora na situação de insegurança alimentar entre 2023 e 2024. As exceções foram Roraima, que aumentou de 36,4% para 43,6%; Distrito Federal, que foi de 26,5% para 27,0%; Amapá, que passou de 30,7% para 32,5%; e Tocantins, que saiu de 28,9% para 29,6%. Por outro lado, nove estados tiveram menos de 20% no índice de insegurança alimentar: Santa Catarina (9,4%), Espírito Santo (13,5%), Rio Grande do Sul (14,8%), Paraná (15,3%), Goiás (17,9%), Mato Grosso do Sul (18,5%), Rondônia (18,5%), São Paulo (19,3%) e Minas Gerais (19,5%).

