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Brasil em números

Pernambuco está entre 3 estados com maioria da população que se desloca a pé, diz Censo 2022

Conforme números do  "Censo 2022: Deslocamentos para trabalho e para trabalho e estudo",  divulgados nesta quinta (9), líderes no transporte a pé são Bahia (28,1%), Alagoas (25,5%) e Pernambuco (25,4%).

Diario de Pernambuco

Publicado: 09/10/2025 às 11:40

Na Conde da Boa Vista, passageiros continuaram a viagem a pé. Foto: Ciro Guimarães/ Reprodução/ Facebook/

Na Conde da Boa Vista, passageiros continuaram a viagem a pé. Foto: Ciro Guimarães/ Reprodução/ Facebook ()

Pernambuco está entre os três estados brasileiros com maior percentual de pessoas que se deslocam a pé.

Os dados foram divulgados, nesta quinta (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).

Conforme números do “Censo 2022: Deslocamentos para trabalho e para trabalho e estudo”, as unidades da federação com maior participação relativa de pessoas no transporte a pé são Bahia (28,1%), Alagoas (25,5%) e Pernambuco (25,4%).

Ainda segundo o IBGE, o deslocamento para trabalho por bicicleta é mais alto no Amapá (17,4%), Acre (13,3%) e Mato Grosso do Sul (12,6%).

O IBGE apontou diferenças regionais nos padrões de deslocamento ao trabalho.

O transporte individual motorizado predomina no Centro-Oeste (58,8%) e Sul (57,1%).

O uso principal do automóvel para o trabalho alcança quase metade dos trabalhadores no Sul (45,9%) e pouco mais de um quinto no Norte (21,8%) e Nordeste (21,0%).

A motocicleta é o principal meio de transporte no Norte (28,5%) e Nordeste do país (26,0%), percentuais superiores frente ao resultado para o Brasil (16,4%).

Em relação aos transportes coletivos, o ônibus apresenta maiores valores absolutos e relativos no Sudeste.

Naquela região, 8,3 milhões de trabalhadores passam mais tempo nesse meio de transporte, representando mais de um quarto de trabalhadores (26,6%) dessa região, enquanto os menores valores proporcionais para o uso de ônibus estão no Norte (16,0%) e Sul (16,4%) do país.

Embora a utilização do trem ou metrô seja mais representativa no Sudeste, com 1,0 milhão (89,8%) dos 1,1 milhão de trabalhadores nesses transportes, seu uso principal para trabalho dentro da região é de apenas 3,3%, repetindo a pouca expressividade vista no panorama nacional.

“Fica evidente, portanto, a baixa prevalência de transportes de alta capacidade para a região mais concentrada do país, assim como para o restante do Brasil’, informa o Censo 2022.

O Rio de Janeiro é o estado que mais utiliza o transporte coletivo como forma de deslocamento principal para trabalho: ônibus (35,8%), BRT ou ônibus de trânsito rápido (1,8%), e trem ou metrô (4,8%). Distrito Federal e São Paulo também se destacam no quesito transporte coletivo. Por outro lado, os estados que proporcionalmente menos utilizam ônibus como meio principal para o trabalho são Rondônia (4,2%), Roraima (5,9%) e Acre (7,1%), enquanto trem ou metrô possui baixa expressividade ou é ausente no deslocamento da população para o trabalho em várias unidades da federação.

No deslocamento para o local de trabalho por transportes individuais não motorizados (a pé ou bicicleta), o Nordeste (30,4%) apresenta a maior proporção, com quase um terço dos trabalhadores que se deslocam por mais tempo por esses meios, enquanto o Centro-Oeste (18,9%) tem o menor quantitativo proporcional para a categoria.

De forma desagregada, o Norte (10,0%) mostra a maior proporção do uso principal de bicicleta, e quase um quarto da Região Nordeste (23,5%) passa a maior parte do tempo indo a pé para o trabalho.

Ainda no transporte principal para o trabalho, por hidrovias, seja embarcação de pequeno, médio ou grande porte, o maior valor relativo e absoluto está na Região Norte, totalizando 124 mil trabalhadores, sendo a única região em que esse percentual ultrapassa 2% dos deslocamentos realizados.

Entre municípios

Ainda conforme o levantamento, São Paulo (13,7%), Goiás (13,7%), Rio Grande do Norte (15,5%), Sergipe (16,0%) e Pernambuco (15,2%) apresentam os percentuais mais elevados de população ocupada que se desloca para trabalhar em outro município.

Esses valores decorrem dos fortes processos de integração que existem entre municípios, especialmente aqueles que compõem concentrações urbanas.

Em São Paulo, por exemplo, 2,8 milhões de pessoas ocupadas se deslocam para trabalhar em outro município, o que representa 30,5% do total de pessoas que se deslocam para trabalho em outro município no Brasil.

No estado do Amazonas (98,1%), há maior proporção de pessoas que trabalham em seu município de residência, em contraposição a Sergipe (82,7%), unidade da federação com menor proporção para essa categoria. No que diz respeito ao trabalho exercido no próprio domicílio de residência, Rondônia (22,7%) apresenta a maior proporção, enquanto o Distrito Federal aparece na outra ponta, com 14,9%.

Já nos deslocamentos para trabalhar em outro país, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo são os estados com maiores números absolutos: 6,2 mil, 5,2 mil e 4,4 mil pessoas, respectivamente. Merecem destaque também os resultados para locais de exercício de trabalho em mais de um município ou país, mais expressivos em São Paulo (183,5 mil pessoas), Minas Gerais (80,7 mil) e Paraná (76,4 mil).

Avaliação

A análise da relação entre os deslocamentos da população e o rendimento nominal mensal domiciliarper capitarevela que a proporção de pessoas que se desloca para outro município a trabalho aumenta à medida que cresce a renda até a faixa entre três e cinco salários mínimos de renda domiciliarper capita.

Entre as que se deslocam para outro município, aquelas que têm rendimento nominal mensal domiciliarper capitade três a cinco salários mínimos (13,2%) são quase o triplo das que possuem rendimento de até um quarto do salário mínimo (4,6%).

Quanto aos indivíduos que exercem suas atividades no domicílio ou propriedade, destacam-se aqueles classificados como sem rendimento (48,8%). O grupo com as rendas mais altas, superiores a cinco salários mínimos, predominam em relação ao que está no extrato intermediário das faixas de renda, ou seja, quanto maior a renda, associada, geralmente, a maior nível de instrução, maior a proporção do trabalho realizado em casa, a exemplo dos que fazem teletrabalho integral.

Até meia hora

A análise do tempo de deslocamento entre a casa e o local de trabalho mostra que a maior parte (56,8%) das pessoas que se deslocam para o trabalho leva de seis minutos até meia hora, totalizando 40 milhões de pessoas, enquanto 1,3 milhão de pessoas levam mais de duas horas para chegar ao trabalho.

Além disso, nos resultados por cor ou raça, a população preta (13,9%) e a parda (11,0%) possuem maior participação relativa na faixa de mais de uma hora até duas horas, do que a população branca (8,9%).

Na faixa de seis minutos até meia hora, a população branca (58,5%) possui maior proporção do que a preta (51,0%), com 7,5 pontos percentuais de diferença.

Dos vinte municípios com população acima de 100.000 habitantes e maior percentual de trabalhadores cujo tempo de deslocamento para o trabalho supera duas horas, 11 são do Rio de Janeiro, sete de São Paulo e dois do Pará.

O tempo de deslocamento nas 15 metrópoles brasileiras apresentou variações, com Florianópolis (SC), Goiânia (GO) e Porto Alegre (RS) mostrando maiores proporções de pessoas que levam até meia hora para chegar ao trabalho, enquanto Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Manaus (AM) apresentam as maiores proporções das faixas acima de meia hora. No Rio de Janeiro (RJ),

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