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Navio-laboratório da UFPE irá estudar efeitos das bacias hidrográficas brasileiras no Atlântico

A missão terá duração de 10 dias e vai percorrer diferentes trechos da plataforma continental brasileira

Diario de Pernambuco

Publicado: 19/09/2025 às 22:58

Navio-Laboratório de Ensino Flutuante (LEF) Ciências do Mar IV, da UFPE/Foto: UFPE

Navio-Laboratório de Ensino Flutuante (LEF) Ciências do Mar IV, da UFPE (Foto: UFPE)

O Navio-Laboratório de Ensino Flutuante (LEF) Ciências do Mar IV, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) partiu na quinta-feira (18) do Porto do Recife para integrar uma série de expedições científicas que irão percorrer diferentes trechos da plataforma continental brasileira. A ação é coordenada por universidades de várias regiões do país.

Com duração de 10 dias, a missão tem como objetivo investigar como grandes estuários e massas de água continentais influenciam o ambiente marinho e sua biodiversidade, dos microrganismos à megafauna. O projeto é coordenado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) e reúne instituições de pesquisa de todo o Brasil, em um esforço colaborativo para ampliar o conhecimento sobre o oceano e seus ecossistemas.

Os dados coletados serão padronizados e reunidos em um banco de informações único, permitindo análises comparativas de caráter biológico e oceanográfico. As estações de coleta foram planejadas para abranger quatro regiões estratégicas: Lagoa dos Patos (Sul), Baía de Guanabara (Sudeste), Rio São Francisco (Nordeste) e Foz do Rio Amazonas (Norte). O estudo contempla desde a medição das propriedades físicas da água, como temperatura, salinidade e profundidade, até a análise da biodiversidade bentônica e pelágica, incluindo registros de cetáceos e aves marinhas.

O coordenador científico da expedição na região Nordeste é o professor Mauro Maida, do Departamento de Oceanografia da UFPE. Ele explica que a Universidade é parte integrante do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Biodiversidade da Amazônia Azul (INCT-BAA), projeto que engloba várias universidades no Brasil e também colabora com a iniciativa. Ele conta que a expedição irá percorrer a área que vai do sul de Maceió até o sul de Aracajú e irá fazer amostragens oceanográficas da costa até a quebra da plataforma continental.

“Esse navio vai amostrar de 20 metros de profundidade até 500 metros de profundidade. Inclusive, nós vamos estudar os canais que o São Francisco fez na plataforma continental quando o nível do mar era muito mais baixo. Você tem todo o canal do São Francisco que está esculpido na plataforma continental”, descreve.

Para obter dados precisos e de diferentes camadas do ecossistema, a equipe utiliza equipamentos de ponta. Entre eles, o CTD & Roseta, que mede condutividade, temperatura e profundidade, além de coletar amostras de água para análise. Redes de plâncton investigam a base da cadeia alimentar marinha, enquanto sensores acústicos permitem mapear o fundo do mar e identificar organismos. Também são utilizados coletores de sedimentos e câmeras subaquáticas, garantindo uma visão ampla do ambiente estudado.

Os resultados da expedição serão usados para aprofundar o entendimento sobre os ecossistemas costeiros brasileiros e subsidiar estratégias de gestão sustentável dos recursos marinhos.

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