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Enem 2025: veja os assuntos mais recorrentes em todas as áreas da prova  

A reportagem do Diario de Pernambuco entrevistou professores para entender quais são os assuntos que mais caem na prova do Enem, quais as dificuldades dos alunos e quais as dicas de preparação nesta preparação final para o exame

Bartô Leonel

Publicado: 15/09/2025 às 03:00

Professor prepara alunos na reta final para o Enem /Melissa Fernandes/DP

Professor prepara alunos na reta final para o Enem (Melissa Fernandes/DP)

Apesar de toda atenção dada para a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a resolução das questões objetivas nas quatro áreas de conhecimento abordadas na prova tem um papel fundamental para a nota do aluno, já que representa 80% do resultado.

 Durante os dois dias de provas, marcados para 9 e 16 de novembro, os mais de 4,8 milhões de inscritos confirmados, sendo 272.299 do estado de Pernambuco, irão se dedicar a solucionar 180 questões objetivas.

 Desse total, que se divide em 90 questões por cada dia do exame, cada área de conhecimento contabiliza 45 perguntas.

 Diante do número de questões e da importância de contabilizar bons desempenhos em cada área da prova, o Diario de Pernambuco entrevistou professores de diversas escolas do Recife para entender quais são os assuntos mais recorrentes, quais as dificuldades dos alunos e quais as dicas de preparação final.

Apesar de todo esse peso para a nota final, existem alguns alunos que deixam de lado as questões objetivas e se dedicam exclusivamente a fazer a redação.

 “Realmente, existe toda uma maior dedicação para a prova de redação, porque ela tem um peso muito significativo na construção da nota, chegando a casos de alunos deixarem meio que de lado as questões objetivas. Mas, os alunos que se preparam adequadamente enxergam que a prova objetiva pode inclusive ser um suporte para a prova de redação”, destacou o professor e coordenador de História do Colégio GGE, Sérgio Salles.

 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Durante o primeiro dia da prova, os estudantes terão que resolver 45 questões da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, que aborda assuntos de português, literatura, artes, entre outros assuntos, além de cinco questões de línguas estrangeiras (inglês ou espanhol).

Conforme o professor de redação e linguagens do Colégio Boa Viagem (CBV), Eduardo Pereira, essa parte da prova tem como foco a interpretação textual e à multiplicidade de habilidades que permeiam diversos assuntos.

 “A gente encontra interpretação de texto na maioria das questões, mas não pode se esquecer de assuntos como gêneros textuais, figuras de linguagem, variação linguística, elementos verbais e não verbais, entre outros. A banca espera que o aluno consiga flutuar em vários assuntos e é por conta disso que a prova de linguagens derruba muita gente, porque muitas pessoas acham que não precisam se preparar tanto”, explicou.

Para Eduardo Pereira, a falta do hábito de leitura é o principal motivo das dificuldades dos alunos para compreender as entrelinhas das questões. Segundo ele, boa parte das respostas não está na prova, mas é trazida pelo aluno em seu conhecimento de mundo.

Eduardo Pereira, ainda, destaca que a interpretação de textos não se limita apenas a questões de linguagens.

Para resolver questões de outras áreas, segundo ele, é necessário ter uma boa compreensão para entender o que as questões pedem.

 Ciências Humanas e suas Tecnologias

Além das questões de Linguagens, o primeiro dia de prova conta com as questões de Ciências Humanas e suas Tecnologias, que envolve disciplinas de história, geografia, filosofia e sociologia.

 De acordo com o professor e coordenador de História do Colégio GGE, Sérgio Salles, os assuntos mais abordados nas provas, que permeiam todas as disciplinas da área, são: Era Vargas, escravidão, Guerra Fria, questões migratórias e questões de trabalho.

 Segundo o professor, as questões que envolvem filosofia são as que apresentam o maior quantitativo de queixas de dificuldade, estando diretamente relacionadas à falta de dedicação dos alunos para essas disciplinas.

“Os temas que os alunos têm mais dificuldade realmente são aqueles que envolvem filosofia, principalmente aquelas que abordam questões de filósofos mais atuais. Isso acontece porque muitos alunos se dedicam pouco para disciplinas de filosofia e tiram como uma disciplina menos importante. Porém, essa forma de pensamento é muito errada, explicou.

Matemática e suas Tecnologias

No segundo dia de prova, que acontece no dia 16 de novembro, os alunos irão solucionar questões das áreas de Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias.

Segundo a professora de matemática da Escola de Referência de Ensino Médio (EREM) Santos Dumont, Cinthya Moraes, os assuntos recorrentes nas últimas provas são: medidas de tendência central (média, moda e mediana); análise de gráficos; função polinomial do 1° e 2° grau; planificação de objetos; relações trigonométricas; projeção ortogonal; volume (cone e esfera principalmente) e porcentagem.

Dentro desses assuntos, segundo ela, a principal dificuldade é a interpretação matemática do texto, principalmente motivado pelo tamanho dos textos.

 “A principal dificuldade relatada pelos meus alunos é saber identificar o que vai usar na questão e isso é impactado pelo tamanho do texto que precisam ser lidos. Muitos alegam que se perdem pelo meio do caminho. Existem, ainda, as questões de função exponencial e logarítmica. Porém, indico que eles pulem essas questões de início e façam apenas no final da prova, pois elas possuem um TRI baixo”, ressaltou Cinthya Moraes.

 Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Já na área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias são abordados assuntos que contém um quantitativo de teorias e fórmulas que atravessam as disciplinas de física, química e biologia.

Na área de física, assuntos como teoria ondulatória e eletrodinâmica são os mais recorrentes, segundo o professor de física do Colégio GGE, Carlos Japwwa. Além desses, assuntos como trabalho, energia, potência mecânica, leis de Newton, impulso, quantidade de movimento, termodinâmica e estática também caem com frequência.

 Dentre esses assuntos, as parte de eletrodinâmica e eletromagnetismo são os que apresentam maiores dificuldades nos alunos, diante da complexidade e da abrangência dos assuntos.

 “Geralmente, os assuntos de eletrodinâmica, principalmente a parte de circuitos, são os que os alunos sofrem bastante, por conta da abrangência. São abordados potência elétrica, correntes, resistores, baterias, receptores, máquinas, motores, entre outros. Além disso, a questões de eletromagnetismo devem ser focadas, principalmente nas regrinhas vetoriais”, orientou Carlos Japwwa.

Biologia

Já na parte de biologia, o professor do Colégio Boa Viagem (CBV), Daniel Senna, destaca que o assunto de biotecnologia é o que apresenta mais dificuldade, pois é necessário compreender toda a sequência histórica de descobertas que a humanidade teve.

“Compreender os assuntos de biotecnologia demanda muito trabalho, pois é necessário construir um repertório em ordem cronológica. Primeiro, o aluno tem que compreender como são os genes, onde são localizados, como é que eles trabalham. Depois, há os assuntos de genes, tem a questão de clonagem… Tudo isso dá um trabalho danado”, afirmou.

Além desse assunto, Daniel Senna enfatiza que questões envolvendo ecologia, como poluição ambiental e suas causas e problemas, provocam deslizes recorrentes entre os alunos.

 Com relação aos assuntos mais frequentes, ele destaca as temáticas de ecologia, biotecnologia, citologia, com alguns “respingos” de evolução, com a teoria de Charles Darwin, genética, com transmissão das características hereditárias, além de botânica, zoologia e doenças (viroses, bacterioses e verminoses).

 Química

 Enquanto isso, nos assuntos de química, os mais recorrentes a estarem na prova são questões de química ambiental e sustentabilidade (poluição do ar, da água e do solo; reciclagem e reutilização de materiais; entre outros) e físico-química (termoquímica, cinética-química, entre outros).

 Assuntos como química geral (densidade, estados físicos, pH, pOH, indicadores ácido-base, entre outros) química orgânica (álcoois, ácidos, ésteres, cetonas, aldeídos, hidrocarbonetos, entre outros) e química do cotidiano (conservantes, corantes, antioxidantes) também são comuns nas provas.

 Apesar da recorrência, muitos alunos ressaltam certas dificuldades para resolver assuntos que envolvem química. Para a professora de química da Erem Santos Dumont, Analouise Almeida, a dificuldade de compreensão dos assuntos está relacionada a vários fatores.

 “A compreensão da química, como de qualquer outra ciência, requer um acúmulo de conceitos essenciais ao longo de todo o Ensino Médio. Alguns conteúdos de química demandam dos estudantes um domínio de conceitos fundamentais da matemática, da física e da biologia. Além disso, as reformas curriculares recentes do Ensino Médio dificultam a compreensão dos assuntos”, explicou.

Estudos na reta final

 Apesar da pluralidade de assuntos que são abordados na prova do Enem, a preparação nesta reta final deve se basear na resolução de questões e revisões de assuntos já estudados. A ideia de ver novos assuntos é considerada pela maioria dos professores como uma estratégia que não terá tanto efeito, diante da falta de tempo para aprofundar os assuntos.

 “Nessa reta final a dica é se dedicar na resolução de questões e revisão de assuntos recorrentes, focando naqueles que você não tem domínio para não dar bobeira na hora da prova”, finalizou Sérgio Salles.

 

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