Ex-jogador acusado de tentativa de feminicídio denuncia agressão em presídio no RN
A Secretaria da Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (Seap) afirmou ter adotado providências imediatas após tomar conhecimento do caso
Publicado: 03/08/2025 às 12:43

Mulher agredida com mais de 60 socos em elevador aguarda cirurgia reparadora (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
O ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, preso por espancar brutalmente a namorada com mais de 60 socos dentro de um elevador em Natal, denunciou ter sido agredido por agentes penais na Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim, para onde foi transferido na última sexta-feira (1º). Segundo depoimento à Polícia Civil, ele foi colocado nu e algemado em uma cela isolada e sofreu agressões físicas e psicológicas durante a custódia.
Na denúncia registrada na Delegacia de Plantão da Zona Norte de Natal, Igor relatou que foi alvo de murros, chutes, cotoveladas e spray de pimenta, além de ameaças verbais. De acordo com seu depoimento, os agentes afirmaram que ele havia "chegado no inferno" e o incitaram a tirar a própria vida.
A Secretaria da Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (Seap) afirmou ter adotado providências imediatas após tomar conhecimento do caso. Em nota, a pasta informou que a Coordenadoria da Administração Penitenciária e a Ouvidoria do Sistema Penitenciário se deslocaram até a unidade para apurar os fatos. Igor foi acompanhado para registro de ocorrência e realização de exame de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).
A defesa do ex-atleta havia solicitado que ele fosse mantido em cela individual por razões de segurança. A Seap, no entanto, afirmou que a Cadeia Pública de Ceará-Mirim não dispõe desse tipo de acomodação. Igor estava no centro de triagem da Seap desde sua prisão, no dia 26 de julho, e foi transferido para a unidade prisional de Ceará-Mirim após audiência de custódia, que converteu sua prisão em flagrante em preventiva. Ele responderá por tentativa de feminicídio.
A vítima do crime, que teve o rosto e o maxilar fraturados pela sequência de agressões registrada por câmeras de segurança, passou por cirurgia reconstrutiva na sexta-feira (1º). A operação foi realizada no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), que informou que o procedimento visava restaurar a forma e a função do rosto da paciente.
Impossibilitada de falar no momento em que foi socorrida, a mulher relatou por escrito à equipe policial que o agressor afirmava que iria matá-la. Ela também revelou que permaneceu dentro do elevador mesmo sabendo que seria agredida, numa tentativa de evitar consequências ainda mais graves.
O caso gerou ampla repercussão nacional após a divulgação das imagens do circuito interno do condomínio em que o crime ocorreu. As investigações seguem sob responsabilidade da Polícia Civil do Rio Grande do Norte.

