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CRIMINALIDADE

Recife registra 293 furtos de cabos em 2025 com prejuízo a milhares de residências, diz Neoenergia

Segundo a empresa, foram registradas 971 ocorrências em Pernambuco durante os sete primeiros meses de 2025

Bartô Leonel

Publicado: 27/08/2025 às 18:10

Furto de cabos elétricos tem se tornaod um problema, principalmente no Recife/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Furto de cabos elétricos tem se tornaod um problema, principalmente no Recife (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Aproximadamente 14 mil famílias em Pernambuco tiveram seu fornecimento de energia elétrica interrompido por conta de furtos de cabos entre os meses de janeiro e julho deste ano, segundo dados da Neoenergia. Somente no Recife foram contabilizados 293 casos neste período, colocando a capital no topo do ranking das cidades pernambucanas que mais sofrem com este tipo de crime.

Segundo a concessionária, foram registradas 971 ocorrências em todo o estado durante os primeiros sete meses de 2025, afetando diretamente residências, escolas, hospitais, delegacias e outros estabelecimentos públicos e privados.

De acordo com a Neoenergia, foram recuperados 17 km de cabos furtados ao longo dos primeiros sete meses. As cidades que estão atrás do Recife em número de ocorrências são: Olinda (151), Ouricuri (42), Belo Jardim (38) e Vitória de Santo Antão (30).

"Técnicos e eletricistas da companhia poderiam estar reforçando a rede elétrica ou atendendo outras demandas, mas precisam se deslocar para substituir cabos furtados. Isso afeta diretamente os clientes e prejudica milhares de consumidores de forma indireta", afirma o gerente de desempenho da Neoenergia Pernambuco, Aldo Neto.

Além de provocar interrupções no fornecimento de energia, esse manuseio criminoso de cabos energizados compromete a qualidade dos serviços essenciais, gera prejuízos financeiros para as famílias impactadas e pode causar acidentes fatais ou lesões irreversíveis, como amputações e fraturas por queda.

Para tentar diminuir a ocorrência de furtos de cabos de energia elétrica, houve um aumento nas penas aplicadas ao furto, roubo e receptação de fios, cabos ou equipamentos utilizados para fornecimento ou transmissão de energia elétrica ou de telefonia. Agora, casos desse tipo podem chegar a 16 anos de prisão e multa.

Além disso, empresas que utilizarem materiais furtados em suas operações poderão sofrer sanções administrativas, como multas e até cassação da autorização de funcionamento.

No âmbito estadual, os estabelecimentos comerciais que trabalham com aquisição, estocagem, distribuição, comercialização, permuta, transporte, reciclagem, processamento, fundição e beneficiamento de joias usadas, cabos de cobre, alumínio, baterias, estão obrigados a realizar cadastros atualizados com dados das pessoas físicas ou jurídicas e procedência das quais foram efetuadas as aquisições.

Além das punições e cadastramento previsto em lei, a Neoenergia tem substituído cabos de cobre por fios de alumínio, menos visados por criminosos.

Ligações clandestinas

Outro problema relacionado com práticas ilegais relacionadas à energia elétrica são as ligações clandestinas. Segundo a Neoenergia, mais de 38 mil ligações clandestinas foram regularizadas em Pernambuco no primeiro semestre de 2025

“O maior problema da ligação clandestina é que ela não segue nenhum padrão técnico ou de segurança. Isso pode causar curtos-circuitos, incêndios e até choques elétricos fatais. Além disso, sobrecarrega a rede, prejudica o fornecimento para os clientes regulares e aumenta as perdas elétricas da distribuidora”, explica o gerente operacional da Neoenergia Pernambuco, Hugo Cézar.

Além dos riscos com a segurança, a pessoa que seja flagrada com ligações clandestinas pode responder judicialmente, com penas de até quatro anos.

De acordo com a Neoenergia, as pessoas que estejam em situação irregular e desejarem a regularização, podem entrar em contato com a Neoenergia Pernambuco por meio dos canais de atendimento: o teleatendimento (116), o whatsap (8132176069), o site oficial (www.neoenergiapernambuco.com/pernambuco) ou qualquer uma das lojas de atendimento espalhadas por todo o Estado.

“Nosso objetivo não é punir, mas garantir que todos tenham acesso à energia de forma segura, justa e legal. A energia que chega às casas dos pernambucanos precisa ser segura, medida e legal, porque energia é um direito, mas também uma responsabilidade compartilhada”, concluiu Hugo Cézar.

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