"Cabe a cada reitor fazer a sua gestão", diz ministro da Educação sobre os repasses para Universidades Federais
O ministro da Educação, Camilo Santana, esteve no Recife nesta quarta-feira (27)
Publicado: 27/08/2025 às 16:05

Ministro Camilo Santana em agenda no Recife (Melissa Fernandes/DP Foto)
Em meio às discussões sobre orçamento e repasses para as universidades federais, o ministro da Educação, Camilo Santana, destacou, durante agenda no Recife, que o governo federal tem trabalhado para recompor os cortes feitos em anos anteriores, mas ressaltou que “cabe a cada reitor fazer também a sua gestão” na administração dos recursos. A fala foi uma resposta às preocupações levantadas pelo reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes, que, no mês passado, afirmou que os recursos previstos para a universidade não serão suficientes para manter todas as atividades e programas.
Segundo o ministro, o governo destinou, desde o início da atual gestão, cerca de R$ 2,5 bilhões adicionais para universidades e institutos federais, além de ter revertido cortes aprovados pelo Congresso Nacional. “Em 2021 e 2022 tivemos os piores orçamentos para as universidades. Logo no primeiro ano recompusemos R$ 1,7 bilhão, depois mais R$ 800 milhões. Mesmo quando o Congresso reduziu em R$ 360 milhões, fizemos a recomposição com R$ 400 milhões a mais”, explicou.
O orçamento de 2025, de acordo com Camilo Santana, é de R$ 61,5 bilhões para a educação superior, contra R$ 52 bilhões em 2022, último ano da gestão anterior. Ele ressaltou ainda foram feitos avanços como a retomada de concursos públicos, que estavam suspensos há seis anos, e o reajuste salarial de professores.
No caso da UFPE, o ministro citou obras em andamento, como reformas nas clínicas universitárias e a construção do novo campus em Sertânia, no Sertão pernambucano. Para ele, esses investimentos demonstram o esforço do governo em fortalecer a interiorização da educação superior no País.
Ainda assim, Camilo Santana defendeu que a responsabilidade pelo bom uso dos recursos é compartilhada: “O presidente Lula tem feito um esforço histórico, mas é importante que cada universidade e instituto também dê transparência e eficiência na aplicação do orçamento. Cabe a cada reitor fazer a sua gestão”, reforçou.
O ministro também afirmou estar em diálogo com reitores e reitoras, além do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), para a construção de um projeto de lei que garanta previsibilidade e sustentabilidade orçamentária. “É muito desgastante precisar discutir, ano após ano, a manutenção das universidades. Precisamos de um modelo que assegure estabilidade às instituições, que são responsáveis por 80% da pesquisa do País e pela formação de profissionais fundamentais em todas as áreas”, completou.

