A maior enchente da história do Recife completa 50 anos
Recife ficou com 80% de sua área urbana debaixo d’água, após as chuvas dos dias 17 e 18 de julho de 1975
Publicado: 17/07/2025 às 13:50

Estádio da Ilha do Retiro e redondezas durante cheia de 1975 (ARQUIVO/DP)
Há meio século, acontecia a tragédia de maior proporção no Recife. Nos dias 17 e 18 de julho de 1975, as fortes chuvas causaram o transbordamento dos rios Capibaribe e Beberibe, deixando 80% da área urbana do Recife debaixo d’água, além de isolar a capital do resto do estado e gerar colapso no sistema telefônico. E o trágico saldo de 107 mortos e cerca de 350 mil desabrigados.
“É a maior tragédia do século do Recife” foi a manchete do Diario de Pernambuco da sua edição de 18 de julho, parafraseando a declaração do governador do estado Moura Cavalcanti durante uma das reuniões realizadas com o seu secretariado no Palácio do Campo das Princesas. “Foi a maior catástrofe que já atingiu Pernambuco neste século”.
O prefeito do Recife, Antônio Farias, decretou estado de emergência na cidade e “providenciou a abertura de crédito especial para fazer face às despesas de assistência aos flagelados”. Um das matérias publicadas na cobertura do DP relatava o drama passado pela população do Recife e alguns municípios do
estado.
“Todas as rodovias que dão acesso ao Recife estão obstruídas, sendo difícil ultrapassar os limites da capital rumo ao Interior e outras áreas da Região. Dezenas de veículos se acham encalhados em diversos pontos, principalmente ao longo da Avenida Caxangá. Entre eles, caminhões e até carretas.”
Em 1966, houve uma enchente que causou 175 mortes, quase 70 a mais que à de 1975. Mas o rastro de destruição deixado pela cheia que completa 50 anos justifica o simbólico título de “a maior” da história do Recife.

