° / °

Vida Urbana
PANDEMIA

MPF arquiva investigação sobre compra de insumos na pandemia

Com o arquivamento, o caso é encerrado sem responsabilizações penais ou administrativas

Diario de Pernambuco

Publicado: 03/07/2025 às 16:08

Prédio Sede da PGR/Leobark Rodrigues/Secom/MPF

Prédio Sede da PGR (Leobark Rodrigues/Secom/MPF)

O Ministério Público Federal (MPF) arquivou o Procedimento Investigatório Criminal que apurava possíveis irregularidades em contratações emergenciais realizadas pela Secretaria de Saúde do Recife durante o pico da pandemia de COVID-19, em 2020.

O foco da apuração era a aquisição de mais de 11 mil sistemas fechados de aspiração traqueal, comprados por R$ 430, cada, com suspeitas iniciais de superfaturamento e direcionamento contratual.

Com o arquivamento, o caso é encerrado sem responsabilizações penais ou administrativas.

A investigação teve início a partir de denúncias que apontavam valores acima da média de mercado.

No entanto, após a análise de documentos, perícias contábeis e depoimentos, o MPF concluiu que não havia elementos suficientes para justificar o prosseguimento da ação penal ou de improbidade administrativa.

A decisão foi assinada pelo procurador da República Cláudio Henrique Cavalcante Machado Dias.

Segundo o parecer do MPF, as aquisições aconteceram em um “cenário absolutamente atípico, de guerra sanitária”, com forte instabilidade de preços, escassez de insumos e desafios logísticos severos. Os materiais foram efetivamente entregues e utilizados nas unidades de saúde, e não há indícios de fraude ou desvio de recursos públicos.

O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), que inicialmente levantou suspeitas de sobrepreço, revisou sua metodologia após verificar que os dados usados como parâmetro não eram adequados à realidade da época, por se basearem em amostras e períodos incompatíveis com o contexto emergencial.

O Ministério Público Federal frisou ainda a importância de distinguir falhas formais de atos criminosos, especialmente em contextos extremos como o enfrentamento da pandemia. Para o órgão, a ausência de dolo e a transparência no processo reforçam a legalidade das contratações emergenciais realizadas pelo município.

Mais de Vida Urbana