Governo propõe ensino obrigatório de História de Pernambuco na rede estadual
Solenidade no Palácio do Campo das Princesas encerra ciclo comemorativo do Bicentenário com anúncio de pedido ao Conselho Estadual de Educação
Publicado: 03/07/2025 às 06:04

Com 200 anos da Confederação do Equador, governo propõe ensino obrigatório de História de Pernambuco na rede estadual (Miva Filho/Secom)
Um marco na valorização da identidade pernambucana foi celebrado nesta quarta-feira (2), no Palácio do Campo das Princesas, com o encerramento das atividades alusivas ao Bicentenário da Confederação do Equador. Durante a solenidade, a governadora Raquel Lyra anunciou que o Governo de Pernambuco irá encaminhar ao Conselho Estadual de Educação um pedido de resolução para tornar obrigatória a disciplina de História de Pernambuco na matriz curricular da Rede Pública Estadual de Ensino.
A proposta surge como desdobramento das ações que, ao longo do último ano, mobilizaram escolas, estudantes, educadores e a sociedade em torno da memória do movimento revolucionário de 1824. “Tenho plena convicção de que isso permitirá que nossas crianças e jovens tenham contato com a essência do nosso povo para crescer com os pés firmes na nossa história e o olhar voltado para um futuro melhor”, afirmou Raquel Lyra. “Com isso, avançamos rumo a um Pernambuco mais próspero, justo e igualitário.”
A cerimônia teve início com a abertura de uma exposição composta por mais de 30 obras visuais produzidas por alunos da rede estadual, no hall do Palácio. Em seguida, foram entregues medalhas a personalidades que contribuíram com a organização das atividades do bicentenário, além do descerramento da estátua de Frei Caneca, instalada na Praça da República.
A escultura em homenagem ao líder revolucionário foi produzida pelo artista plástico Demétrio Albuquerque, com apoio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A vice-governadora Priscila Krause, que coordena a Comissão Estadual do Bicentenário da Confederação do Equador, explicou o processo de construção da estátua: “Realizamos um trabalho de pesquisa iconográfica e entregamos os elementos a Roberto Ploeg, que pintou o rosto de Frei Caneca. Depois, recorremos a Demétrio para que criasse o corpo inteiro, permitindo que a imagem nos ajudasse a compreender melhor sua luta.”
As escolas da rede estadual estiveram diretamente envolvidas nas celebrações ao longo do ano, com atividades pedagógicas, oficinas artísticas e projetos de pesquisa. O secretário de Educação, Gilson Monteiro, destacou a importância da iniciativa no fortalecimento do currículo escolar. “Quando comemoramos o Bicentenário da Confederação do Equador, temos a oportunidade de resgatar a força da nossa história, dentro da matriz curricular que a gente já tem. Tudo isso que se apresenta hoje com os nossos estudantes é fruto do incentivo de professores e da comunidade escolar”, observou.
O deputado estadual Antônio Moraes, também presente na cerimônia, elogiou o empenho do Executivo estadual em promover o resgate histórico com alcance educacional. “O Governo de Pernambuco teve um papel muito importante de resgatar a história da Confederação do Equador, principalmente porque levou esse conhecimento para toda a rede pública, permitindo que nossos alunos entendam melhor a importância do nosso Estado na história do Brasil.”
Para os estudantes, a experiência foi mais do que aprendizado: foi vivência cultural. Jeozadaque Victor, de 15 anos, aluno do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Ministro Jarbas Passarinho, em Camaragibe, resumiu o impacto das ações. “O projeto nos chamou a atenção porque mostra que a aprendizagem não vem só através de livros e sala de aula. Por meio da arte, conseguimos aprender e conhecer a cultura de Pernambuco.”
Com o encerramento do ciclo comemorativo do Bicentenário da Confederação do Equador, o pedido de inclusão da História de Pernambuco como disciplina obrigatória aponta para a continuidade de um processo de valorização da memória, identidade e resistência do povo pernambucano, reforçando a importância de ensinar — e aprender — a partir do chão onde se pisa.

