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Empresa de Garanhuns é principal alvo de operação da PF que apura desvios milionários

IDH foi alvo da Operação Velatus, deflagrada esta semana pela PF, que investiga desvio de recursos públicos de mais de R$ 660 milhões

Mareu Araújo

Publicado: 20/06/2025 às 11:31

Fachada do Instituto de Desenvolvimento Humano, em Garanhuns/Reprodução/Google Street View

Fachada do Instituto de Desenvolvimento Humano, em Garanhuns (Reprodução/Google Street View)

O Instituto de Desenvolvimento Humano (IDH), sediado em Garanhuns, no Agreste do estado, é o principal alvo da Operação Velatus, deflagrada pela Polícia Federal, na terça-feira (17), que apura supostos desvios de recursos públicos.

Segundo a PF, a organização da sociedade civil teria recebido R$ 662 milhões de diversas prefeituras pernambucanas, por meio de contratos públicos, no período de 2019 a 2024. Do valor total, R$ 431 milhões teriam sido custeados por recursos federais.

Fundado em 2008, o IDH afirma, em seu site oficial, disponível aqui, que seu “diferencial é trabalhar visando programas de cidadania e, sobretudo, com transparência com a Gestão Pública, com os prestadores de serviço de nossos programas e a população de cada município onde atuamos”.

Um levantamento feito pelo Diario de Pernambuco mostra que o IDH recebeu mais de sete mil empenhos municipais, no período de 2012 a 2025. As informações são do Tribunal de Contas (TCE-PE). Além do Estado, o IDH declara ter parceria com municípios em Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e em Goiás. Neste último, a página informa que há vagas abertas para a contratação de pessoal para a área de Saúde.

O Instituto é presidido, atualmente, por Thallysson Pinto Cândido. Em 2022, ele, o IDH e outros dois políticos de Agrestina se tornaram réus em um processo por improbidade administrativa.

Thallysson e um ex-secretário de saúde do município foram acusados pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de dano ao erário, falsificação de documentos públicos, não prestar contas e frustrar o caráter concorrencial de concurso público - em ofensa à imparcialidade. Na ocasião, o IDH foi selecionado pelo município para a execução de atividade no Sistema Único de Saúde (SUS), no valor de R$ 3.5 milhões.

“As investigações ministeriais comprovaram que os requeridos, intencionalmente, de modo solidário e em concurso de pessoas, efetuaram uma série de criação e de inserções de documentos públicos com conteúdo falso e não produzidos pelos agentes públicos que constam neles, com o propósito de tornar falsamente lícito o processo administrativo”, diz a denúncia do MPPE.

O Diario de Pernambuco entrou em contato com a defesa do IDH e de Thallysson, na terça (17) e quarta (18), por e-mail e telefone, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. Nesta sexta (20), a equipe procurou a advogada da empresa e de Thallysson, mas não houve resposta.

A Operação

A Operação Velatus, da Polícia Federal, apura supostos crimes de fraude em licitação, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

 

Ao todo, a operação cumpriu 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de Garanhuns, Caruaru, Terezinha e Bom Conselho. Segundo a PF, foram apreendidos relógios de marcas de luxo, documentos, computadores e celulares.

 

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