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Hábitos regionais aumentam as chances do câncer de esôfago em PE

A média de novos casos em Pernambuco é maior do que a média nordestina, de acordo com o Inca

Luíza Cabral Saraiva - Estúdio DP

Publicado: 18/06/2025 às 07:00

Emanuelle Cardinali, médica gastroenterologista do Hospital Jayme da Fonte, realça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce /Nivaldo Fran/DP

Emanuelle Cardinali, médica gastroenterologista do Hospital Jayme da Fonte, realça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce (Nivaldo Fran/DP)

“Em Pernambuco, o câncer de esôfago ainda é subnotificado, mas sabemos que o carcinoma epidermóide domina, muito ligado aos hábitos regionais, como consumo de cachaça, cigarro e carne curada como a carne de sol e charque”, diz Emanuelle Cardinali, médica gastroenterologista do Hospital Jayme da Fonte.

Segundo dados, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) registrou 10.990 novos casos de câncer de esôfago no Brasil nos últimos anos, dos quais 8.200 foram diagnosticados em homens, quase o triplo do número de casos em mulheres. Em Pernambuco, a taxa estimada é de 4,06 novos casos para cada 100 mil habitantes, maior que a média nordestina de 3,13 casos.

Os sintomas do câncer de esôfago incluem dificuldade para engolir, inicialmente com alimentos sólidos, mas podendo progredir para líquidos, sensação de entalo, dor no peito, perda de peso não intencional e até mesmo vômitos com sangue.

Apesar do carcinoma epidermóide ser mais predominante no Nordeste, outro tipo de câncer de esôfago também afeta a população masculina, o adenocarcinoma. Os seus fatores de risco incluem obesidade, refluxo ácido crônico e o Esôfago de Barrett, uma lesão pré-maligna que surge como consequência após anos de refluxo.

O diagnóstico do câncer de esôfago é realizado através da endoscopia digestiva alta. Segundo a médica, caso haja suspeita visual, o médico colherá uma biópsia durante o exame para confirmar o diagnóstico. Exames de imagem, como a tomografia, também ajudam na hora de avaliar a extensão da doença.

Já o tratamento varia. Quando se tem o diagnóstico precoce, é possível desde procedimentos minimamente invasivos, como a dissecção endoscópica de submucosa (ESD) para remoção de lesões iniciais, até a esofagectomia parcial ou total. Nos casos avançados, a quimioterapia, radioterapia e imunoterapia são alternativas que podem ser avaliadas.

“O câncer de esôfago é agressivo, mas a prevenção e o diagnóstico precoce salvam vidas. Se você tem refluxo há anos, dificuldade para engolir ou fatores de risco, não ignore os sintomas. Converse com seu médico e realize os exames necessários”, finaliza a especialista.

Próximo ao marco de 70 anos, o Hospital Jayme da Fonte inaugurou seu novo centro cirúrgico, possibilitando mais conforto e segurança nos procedimentos realizados na unidade, com espaço para videocirurgias e cirurgias neurológicas de grande porte, sistema de anestesia que monitora a dosagem dos medicamentos e mesas especiais para obesos mórbidos.

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