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Violência doméstica

12 anos após crime, PM da reserva vai a júri popular por morte de companheira

Yana Luiza Moura de Andrade morreu após ser atingida com dois tiros na cabeça, em junho de 2013, em Paulista. O réu, Dário Ângelo Lucas da Silva, vai a júri popular a partir desta quinta (12)

Nicole Gomes

Publicado: 12/06/2025 às 13:20

Parentes fizeram camisa para reforçar luta por justiça para Yana /Divulgação

Parentes fizeram camisa para reforçar luta por justiça para Yana (Divulgação)

Doze anos após um crime que chocou Pernambuco, o caso do assassinato de Yana Luiza Moura de Andrade teve o julgamento iniciado nesta quinta (12).


O réu pela morte de Yana é o então companheiro dela, o policial militar, hoje na reserva, Dário Ângelo Lucas da Silva, que está com 51 anos.


Dário está sendo julgado na 1ª Vara Criminal de Paulista, no Grande Recife, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). .


Além do interrogatório dele, haverá o depoimento de uma testemunha convocada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).


Estão previstas, ainda, ouvidas de quatro testemunhas, chamadas a pedido da defesa do réu. A sessão de julgamento é presidida pelo juiz Thiago Fernandes Cintra.

Tipificação


Dário não está sendo julgado por feminicídio, e sim por homicídio, qualificado por motivo fútil.


O assassinato aconteceu em 2013 e, na época, o crime de feminicídio, quando a mulher é morta por uma questão de gênero, não existia. Essa tipificação só passou a valer em 2015.

A norma só foi incluída no Código Penal brasileiro por meio da Lei nº 13.104, que tipificou o crime de feminicídio.


A lei estabeleceu que o assassinato de uma mulher por razões relacionadas à sua condição de mulher, como violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação, seria considerado feminicídio, com penas mais elevadas.

Relembre o caso

O crime aconteceu em 2 de janeiro de 2013, no apartamento da mãe de Dário, no bairro do Janga, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.


Segundo os autos do processo, Dário disparou dois tiros que atingiram a cabeça de Yana, que não resistiu e morreu. A motivação do crime seria ciúmes, já que o casal vivia um relacionamento considerado "tóxico".

Ainda no dia do crime, Dário, que era Capitão da Polícia, se apresentou no Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed), confessou o crime e foi preso. Ele teve liberdade concedida em abril de 2013, 99 dias após o crime. Desde então, ele permaneceu em liberdade.

Na época do crime, Yana tinha 30 anos. Ela deixou dois filhos ainda pequenos quando faleceu.

Desde então, a família dela busca mobilização por celeridade no processo e por justiça pela vítima.

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