Alunos da Faculdade Damas seguem com futuros indefinidos
Alunos enviaram uma denúncia ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitando que o curso de Relações Internacionais seja mantido em funcionamento até a conclusão dos alunos matriculados
Publicado: 02/06/2025 às 13:23

Fachada da Faculdade Damas (Divulgação)
Quase um mês após o anúncio de encerramento das atividades da Faculdade Damas (FADIC), estudantes do curso de Relações Internacionais seguem com incertezas sobre o futuro de suas graduações. Segundo o representante da turma de RI, Carlos Henrique Siqueira, uma denúncia foi enviada ao Ministério Público de Pernambuco solicitando que o curso seja mantido pela instituição até a conclusão.
Segundo os alunos, foram ofertadas pela FADIC três alternativas para os estudantes de Relações Internacionais. A primeira opção seria a transferência para o curso de Ciências Políticas da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), porém, segundo os alunos, essa mudança corresponde apenas a 60% de compatibilidade entre as disciplinas.
A segunda alternativa seria a transferência para outra faculdade particular, na qual, segundo os estudantes, o curso possui nota 2 no Ministério da Educação (MEC). A terceira opção seria a migração para uma instituição que, de acordo com os alunos, ofertou o curso recentemente e que sequer foi avaliado pelo MEC.
“O que foi oferecido pela Damas não garante a continuidade segura do nosso curso. Na prática, trata-se de um encerramento disfarçado de ‘transferência assistida’, o que é extremamente prejudicial para mais de 120 alunos que seguem em formação ativa ", protesta Carlos Henrique Campelo, estudante do penúltimo período e representante do curso de Relações Internacionais.
Segundo a própria instituição, apenas estudantes que irão concluir a graduação de Relações Internacionais este ano e alunos do Mestrado permanecerão com aulas até o início de 2026.
Diante da falta de acordo entre estudantes e instituição, os alunos enviaram uma denúncia ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitando que o curso seja mantido em funcionamento até a conclusão dos alunos matriculados, com o corpo docente atual, sem qualquer prejuízo de diploma ou qualidade acadêmica.
“Tivemos uma primeira audiência onde foram ouvidos cinco alunos representantes. Logo após essa audiência, foi dito que a Faculdade Damas seria chamada para maiores explicações de todas as atividades pontuadas por nós no ato da ação. Estamos aguardando agora a chamada do MPPE para uma audiência com a Damas”, afirmou Carlos Henrique Campelo.
Comunicação
A forma como a Faculdade Damas comunicou os estudantes sobre o encerramento das atividades também é outro ponto de protesto. Os alunos alegam que foram pegos de surpresa com o comunicado divulgado pela instituição.
“A comunicação foi feita de forma totalmente abrupta, sem nenhum aviso prévio ou diálogo com os alunos. Nem mesmo os professores sabiam. Eles foram convocados para uma reunião emergencial marcada de última hora, que aconteceu apenas meia hora antes da nota ser enviada aos estudantes”, iniciou Carlos Henrique Campelo.
“Muitos docentes não conseguiram participar da reunião, pois aconteceu na sexta-feira (10 de maio) e as aulas são onlines. Muitos professores acabaram descobrindo o encerramento das atividades ao mesmo tempo que os alunos, durante as aulas. Foi um processo extremamente desrespeitoso com toda a comunidade acadêmica ", finalizou.
De acordo com a Faculdade Damas, o fechamento foi motivado pela decisão da instituição de focar sua atuação na educação básica.
Ainda segundo os próprios alunos, alguns seguranças teriam sido colocados na faculdade e que a secretaria foi toda modificada para dificultar a comunicação dos estudantes.
“Esperamos que a FADIC assuma a responsabilidade pela escolha que fez e cumpra o mínimo, que é a garantia da conclusão do curso de Relações Internacionais para os alunos já matriculados, independentemente do período em que estão. Queremos continuar nossa formação com os professores atuais, que conhecem nossa trajetória sempre asseguraram a qualidade do ensino, iniciou Carlos Henrique Campelo.
“Também exigimos que nenhuma bolsa seja perdida, que os estágios sejam respeitados e que nossos diplomas mantenham o valor acadêmico e profissional que têm. É isso que seria justo, digno e legal,” finalizou.

