No Recife, Pernambuco Carbon Summit discute sustentabilidade e bioeconomia
Pernambuco Carbon Summit debate soluções para descarbonização da economia, bioeconomia e economia circular
Publicado: 28/05/2025 às 08:58

Desenvolvimento regenerativo e parcerias entre Universidades, empresas e poder público são o caminho para um futuro sustentável, defendem especialistas no Pernambuco Carbon Summit (Foto: Divulgação)
Pesquisadores das Universidades UPE e UFPE, estudiosos, empresários e profissionais de várias áreas debateram os caminhos para a descarbonização. E, defenderam a união da ciência, inovação e sociedade para sempre que se fala sobre o tema surgem o plantio de árvores, a formação de florestas e a agricultura regenerativa. Mas, hoje, no debate, no JCPM foram debatidos caminhos como subatituição de matriz energética, logística reversa, reciclagem e coprocesssamento de resíduos industriais como caminhos menos explorados para o sequestro de carbono. Restaurar os ecossistesmas é fundamental para devolver vida aos mananciais. O tema de uma das mesas de debate foi “Ajustando contas com o futuro: Desenvolvimento Regenerativo”, realizada nesta terça-feira (27), durante o Pernambuco Carbon Summit, que acontece até esta quarta-feira (28), no Recife.
Moderado pela jornalista Jô Mazzarolo, da MZ Consultoria, o debate reuniu nomes como Gilberto Freyre Neto, presidente do Instituto IPERID - Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia, Bruna Soldera, do Instituto Água Sustentável e Eunice Castro, gerente de Responsabilidade Social do Grupo Grupo Moura, que trouxeram experiências e reflexões sobre como setores produtivos podem alinhar crescimento econômico com desenvolvimento sustentável.
Nas falas foram lembrados os manguezais como importantes no sequestro de carbono causa do solo rico em material de decomposição, e da capacidade de absorverem grande quantidade de dióxido de carbono através da fotossíntese. Gilberto Freyre lembrou que a mesma prática usada na coleta de latas no carnaval deveria ser adotada com outros produtos. O Brasil recicla apenas 3% dos eletroeletrônicos. Se o destino fosse a reciclagem, teríamos menos necessidade de metais como ouro, prata, cobre e alumínio cuja exploração consome grande quantidade de energia.
Eunice Castro contou, com orgulho, que 100% das baterias comercializadas pela Moura, voltam para a empresa.
“O desenvolvimento regenerativo não é mais uma opção, é uma necessidade. Estamos falando de um modelo que não só reduz impactos, mas também gera valor, recupera o meio ambiente e promove inclusão social”, afirmou Everton de Oliveira, CEO do Instituto Água Sustentável.
Na conversa foi destacado o papel estratégico do bioma Caatinga no mercado global de carbono. Estudos apontam que a Caatinga pode sequestrar até cinco toneladas de carbono por hectare/ano em suas áreas mais úmidas, desempenho comparável ao da Amazônia. Além disso, o bioma contribui na regulação climática, na sustentabilidade hídrica e na proteção contra desertificação.
Sobre o evento
O Pernambuco Carbon Summit é um encontro que reúne especialistas, empresários, pesquisadores e representantes do setor público para discutir soluções práticas e inovadoras para a redução das emissões de carbono, alinhadas às metas de desenvolvimento sustentável e descarbonização da economia. A programação aborda temas como bioeconomia, desenvolvimento regenerativo, economia circular, energias renováveis e mercado de carbono.
Programação
No primeiro dia, além da mesa sobre desenvolvimento regenerativo, o evento contou com:
Mesa-redonda 1 – Agindo localmente para melhorar globalmente
Apresentação do projeto sobre os eventos setoriais, com Everton de Oliveira, do Instituto Água Sustentável
Palestra – O caminho para uma economia sustentável, com Warwick Manfrinato, da Plant Inteligência Ambiental
O segundo dia, que acontece nesta quarta-feira (28), trará discussões sobre:
Créditos de carbono e seus desafios
Soluções baseadas na natureza
Bioeconomia na prática
Estratégias empresariais para descarbonização
Casos de sucesso e inovação no setor produtivo
“O Carbon Summit é mais que um evento. É um chamado à ação. A ciência, a indústria e a sociedade precisam trabalhar juntas para enfrentar o maior desafio do nosso tempo: a crise climática”, reforça Everton de Oliveira.

