Transporte

Passagem de ônibus fica mais cara a partir deste domingo na RMR

Publicado em: 06/02/2021 19:45 | Atualizado em: 06/02/2021 19:53

 (Foto: Paulo Paiva/DP
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Foto: Paulo Paiva/DP
Mesmo com a pandemia da Covid-19 ainda a pleno vapor, trabalhadores e pernambucanos que buscam emprego terão que pagar mais caro pela passagem de ônibus a partir deste domingo. As novas tarifas foram anunciadas na sexta-feira pelo Grande Recife Consórcio de Transporte, após reunião virtual do Conselho Superior de Transporte Metropolitano, que durou cerca de cinco horas. Os anéis A e B vão subir 30 centavos cada, com o primeiro custando R$ 3,75 e o segundo R$ 5,10. Por outro lado, foi anunciada a implantação do Horário Social, dois períodos (9h às 11h e 13h30 às 15h30) nos quais a tarifa A cairá para R$ 3,35 e a B para R$ 4,60.

O reajuste teve 14 votos a favor, seis contra e três abstenções na reunião do Conselho, que é formado por 24 membros e presidido pelo secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Pernambuco, Marcelo Bruto. Os novos valores ainda vão passar pela análise da Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe). No mês passado, o governo recusou o pedido de aumento em 16% feito pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), mas concordou em reajustar os preços após dois anos de congelamento.

Segundo Marcelo Bruto, há expectativa, a partir dos reajustes, de aumentar o número de ônibus em circulação, com 50 veículos a mais já na próxima semana. O secretário explica que o serviço tem atualmente 60% da demanda do volume de passageiros de antes da pandemia, mas espera que esse número suba para 77% na próxima semana. “Pretendemos, semanalmente, ampliar a oferta de serviço, e é isso que essa revisão tarifaria viabiliza”, afirmou.

O gestor destacou que o sistema de transporte perdeu 70% dos passageiros durante a auge da pandemia, o que só foi se recuperando ao longo do segundo semestre de 2020. “Mas estamos trabalhando hoje com 60% dos passageiros. Isso diminui a arrecadação tarifaria, que é a principal fonte de financiamento do sistema de transporte. Ainda assim, o governo do estado manteve, durante o ano passado e o anterior, a tarifa congelada. A demanda baixou a 25% e a oferta de frota foi de 50%, depois a demanda foi a 60% e a oferta a 70%”, explicou o secretário. De acordo com o gestor, manter mais um ano de congelamento de tarifa traria risco ao projeto de ampliação da frota.

“Entendemos que (o aumento do número de ônibus) hoje é prioritário para a sociedade. Por mais difícil que seja definir a revisão tarifaria, ainda mais num momento como esse, a discussão que foi feita no âmbito do Conselho e eu tenho plena convicção da decisão. As opções eram congelar por mais um ano e sacrificar mais o serviço ou dar uma revisão abaixo da inflação desses dois anos, viabilizar uma aceleração nessa retomada da frota, já com o acréscimo de veículos nas últimas semanas, e viabilizar também desconto até em comparação com a tarifa de hoje (antes do aumento), nos horários fora do pico, para aqueles usuários que não têm nem gratuidade nem Vem Trabalhador,”, ressaltou.

Ele explicou que a última revisão, referente a novembro de 2018, foi feita em fevereiro de 2019, e que a tarifa do Recife “era menor tarifa do Brasil até recentemente”.
O secretário Marcelo Bruto lembrou que 70% dos passageiros têm gratuidade ou são beneficiários do vale-transporte. “Quem paga o aumento tarifário é o empregador, que continua recolhendo 6% do contracheque. O que fica acima disso, quem suporta é o empregador. Mas a gente tem uma parcela da população que não aguenta mais esse ônus, que são mais ou menos 30% dos usuários, e esses passam a ser os beneficiários, usando o Vem Comum, dessa política pública de você ter um desconto no horário fora de pico.”

Para o secretário, a superlotação é um problema estrutural de um sistema concebido para transportar em massa e no horário de pico. “É essa estrutura que a gente conhece aqui, dos terminais, em que diferentes lugares da cidade se destinam a hubs. Evidentemente, junta muita gente. É um problema de concepção mesmo. O mundo todo está sofrendo com isso. Tem diferentes formas de você tentar minimizar”, ressaltou.

Uma das soluções para o sistema seria buscar  manter a oferta máxima que se consegue financiar. “Nós fomos até o limite com tarifa congelada”, lembrou.

A segunda forma seria melhorar o escalonamento dos usuários, distribuindo-os ao longo do dia, já que fora do horário de pico há maior ociosidade. “Além desse estimulo do fora pico, e esse esforço máximo via tarifas e subsídios para aumentar o teto do serviço, se somam outras medidas para melhorar o serviço e a presença do estado nos terminais”, finalizou.

 
NÚMEROS
 
Anel A
8,7% de reajuste 
Aumenta de R$ 3,45 para R$ 3,75

Anel B
8,5% 
De R$ 4,70 para R$ 5,10

Anel G
8,8% de reajuste 
R$ 2,25 para R$ 2,45

Horário social
9h às 11h e 13h30 às 15h30
Anel A R$ 3,35
Anel B R$ 4,60




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