Raquel Lyra defende investigação rápida contra alta de feminicídio
Em sabatina ao Diario, a chefe do Executivo reconheceu a gravidade dos números, falou sobre a cultura machista que sustenta esse tipo de crime e detalhou ações e medidas que têm sido implementadas
Publicado: 29/12/2025 às 17:29
Balanço anual de Pernambuco com a governadora Raquel Lyra. (Francisco Silva/ DP foto)
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), afirmou que o enfrentamento ao feminicídio é uma das prioridades de sua gestão e destacou ações estruturais para combater a violência contra a mulher no estado, que registrou aumento de 17% nos casos em 2025.
Em sabatina ao Diario, a chefe do Executivo reconheceu a gravidade dos números, falou sobre a cultura machista que sustenta esse tipo de crime e detalhou ações e medidas que têm sido implementadas pelo governo estadual. Raquel destacou o funcionamento 24 horas das Delegacias da Mulher na Região Metropolitana do Recife e em Caruaru e Petrolina. Além disso, todas as organizações militares do estado passaram a contar com a Patrulha Maria da Penha.
“Nós qualificamos todo o nosso pessoal para o acolhimento das mulheres vítimas de violência e distribuímos mais de 1.500 BIPs para que elas possam acionar ajuda de forma mais rápida”, explicou.
Segundo a governadora, os casos de feminicídio são monitorados diariamente em Pernambuco, com reuniões semanais envolvendo o Poder Judiciário e o Ministério Público. Ela afirmou que cerca de 98% dos crimes têm autoria identificada e que os julgamentos ocorrem, em média, em até um ano.
“Isso é um indicador positivo no sistema judiciário brasileiro. Temos homicídios com mais de 11 anos sem julgamento, e no feminicídio estamos reduzindo prazos para garantir punição”, destacou.
Raquel Lyra defendeu que a rapidez na investigação, na expedição de mandados e na prisão dos agressores é fundamental para evitar novos crimes. Para isso, segundo ela, o estado tem ampliado vagas no sistema penitenciário e fortalecido a integração entre segurança pública e Justiça.
Outra frente destacada foi o fortalecimento da rede de proteção às mulheres. O governo estadual está abrindo, em parceria com os municípios, 39 centros de acolhimento. Atualmente, 31 já estão em funcionamento, com cofinanciamento do estado, algo inédito, segundo a governadora.
Raquel também falou da reestruturação dos abrigos para mulheres vítimas de violência, que, segundo ela, estavam sucateados quando assumiu o governo. "Hoje, as casas contam com estrutura adequada, acolhimento para crianças, acompanhamento pedagógico e apoio psicológico".
“Nós damos prioridade a essas mulheres na qualificação profissional, na vaga de emprego e no acesso à moradia. Já entregamos 17 mil casas em Pernambuco, e 70% estão no nome de mulheres”, disse.
A governadora ainda destacou que o enfrentamento ao feminicídio precisa de um trabalho contínuo e integrado entre diferentes áreas do governo e da sociedade. “É um trabalho duro, intersetorial. Enquanto houver sentimento de impunidade e de propriedade sobre a mulher, a violência vai continuar. Toda mulher, pelo simples fato de ser mulher, já sofreu ou tem medo de sofrer violência”, afirmou.