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União Brasil suspende ministro Celso Sabino, que deve ficar no governo até COP 30

Processo de infidelidade partidária contra o ministro do Turismo tramita no Conselho de Ética da legenda, e pode levar 60 dias para decisão que pode resultar em expulsão

Guilherme Anjos

Publicado: 08/10/2025 às 13:31

O ministo do Turismo, Celso Sabino./José Cruz/Agência Brasil

O ministo do Turismo, Celso Sabino. (José Cruz/Agência Brasil)

O ministro do Turismo, Celso Sabino, foi suspenso de suas funções no União Brasil por dois meses após reunião da Executiva Nacional nesta quarta-feira (8). Ele é alvo de um processo de infidelidade partidária após ter se recusado a desembarcar do governo Lula, como foi orientado pela legenda.

Conforme o parecer do relator do processo de infidelidade, deputado federal Fábio Schiochet (União-SC), Sabino também perdeu o comando do União Brasil no Pará. O diretório estadual sofrerá uma intervenção imediata, e novos nomes devem ser indicados em até 20 dias.

O caso continuará tramitando no Conselho de Ética do partido por até 60 dias. Durante este tempo, a defesa do ministro pode apresentar argumentos para sua permanência na sigla. A Executiva Nacional precisa do voto de 13 dos 22 dirigentes para a expulsão.

O prazo de dois meses para a análise do processo, no entanto, permite a Sabino que participe da COP 30 em Belém, capital do Pará, ao lado do presidente Lula (PT). O Estado é o reduto eleitoral do ministro, que deseja disputar uma vaga ao Senado Federal em 2026.

A União Progressista, federação composta pelo União Brasil e PP, orientou todos os seus filiados a desembarcarem do governo Lula até o final de setembro.

Pressionado, Sabino chegou a entregar sua carta de demissão ao presidente da República, que ainda não a assinou. O próprio Lula teria pedido ao ministro que estendesse sua permanência no governo até a entrega de obras em Belém para a COP 30.

A insistência de Sabino em continuar ao lado de Lula gerou o repúdio do presidente do União Brasil, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Ele acusou o ministro do Turismo de ser um “traidor”, e afirmou que “é de uma imoralidade ímpar ser soldado de Lula e do União Brasil”.

Sabino rebateu os comentários ao afirmar que conversaria com Caiado quando ele “atingisse 1,5% das intenções de voto” para presidente. A fala é uma referência ao que Lula disse ao próprio Caiado durante um debate entre presidenciáveis em 1989.

Também nesta quarta-feira (8), o ministro dos Esportes, André Fufuca, foi expulso do PP por descumprir a orientação de entregar o cargo. Ele também reforçou sua lealdade a Lula.

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