Bolsonaro pede ao STF para receber visita de Gilson Machado Filho e ‘figurões’ do PL
Vereador do Recife é filho do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, que não pode deixar a capital pernambucana nem se comunicar com o ex-presidente Jair Bolsonaro
Publicado: 02/10/2025 às 16:48

Vereador do Recife Gilson Filho com o ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)
Cumprindo prisão domiciliar desde agosto, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (2), autorização para receber visitas de quatro aliados políticos em sua residência. Um deles é o vereador do Recife Gilson Filho (PL-PE), herdeiro do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, fiel escudeiro de Bolsonaro.
O restante da lista de visitantes do ex-presidente é composta por ‘figurões’ do Partido Liberal à nível nacional: o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto; o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ); e o senador Márcio Bittar (PL-AC).
De acordo com os advogados de Bolsonaro, os encontros teriam caráter pessoal e político. As petições destacam que há “necessidade de diálogo pessoal” entre o ex-presidente e os aliados. As visitas, no entanto, não possuem data certa para acontecer. A decisão sobre a autorização é do ministro Alexandre de Moraes, que vem atendendo aos pedidos da defesa.
Gilson Filho não revelou quais assuntos podem ser discutidos com o ex-presidente em uma eventual visita à sua residência, mas celebrou a inclusão do seu nome nos pedidos feitos ao STF.
“Tenho que ser grato ao presidente Jair Messias Bolsonaro. Ele acreditou em mim, disse que eu deveria entrar na política, que a política precisava de mais homens de bem. Que se eu não entrasse, talvez outro entraria, alguém que não tem os ideais de Deus, pátria, família e liberdade”, afirmou.
O vereador é um dos maiores defensores de Jair Bolsonaro no Recife. Ele vem ganhando mais espaço entre as lideranças bolsonaristas, assumindo o lugar do seu pai, que cumpre medidas cautelares e não pode deixar a capital pernambucana nem se comunicar com os investigados pela trama golpista desde que sua prisão preventiva foi revogada por Moraes, em junho deste ano.
Ele havia sido preso pela Polícia Federal sob a suspeita de auxiliar o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, a obter um passaporte português.
Gilson perde espaço no PL
Distante da mídia e figura passiva em manifestações, devido às restrições impostas pelo STF, Gilson Machado vem perdendo espaço no PL Pernambuco, e sua pré-candidatura ao Senado Federal em 2026 vem sendo colocada em dúvida pelo presidente estadual da sigla, Anderson Ferreira – seu principal adversário dentro do partido.
No capítulo mais recente do racha do PL estadual, Machado foi tirado da presidência do diretório recifense. Em seu lugar, foi posto o vereador Paulo Muniz, que acabou expulso do partido após mensagens de whatsapp vazadas revelarem ofensas suas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
Por decisão do PL Nacional e indicação de Anderson Ferreira, o deputado federal Coronel Meira é o novo presidente do PL Recife. Referência na ala bolsonarista, ele era aliado de Gilson Machado, mas sua aproximação com Anderson pode ter deixado o ex-ministro ainda mais isolado.
Procurado pelo Diario de Pernambuco, Gilson Machado afirmou não estar focado na política partidária nem nas mudanças no comando do partido, mas na liberdade de Bolsonaro e dos presos pelo 8 de janeiro.
“Sigo enfrentando várias restrições impostas pelo STF sem que até agora exista qualquer prova contra mim. Não posso falar com o Presidente e nem ele pode por enquanto se pronunciar. Essa é a luta que me preocupa e ocupa minhas forças neste momento”, disse.

