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Dono da Havan transferiu R$ 5 mil para Carla Zambelli enquanto ela estava foragida

Relatório da Polícia Federal detalha as transferências financeiras recebidas por Carla Zambelli no período em que ela estava fazendo uma vaquinha virtual

Estadão Conteúdo

Publicado: 20/09/2025 às 18:38


Carla Zambelli divulgou um vídeo a aliados antes de ser presa:

Carla Zambelli divulgou um vídeo a aliados antes de ser presa: "Estou tranquila. Calma, tranquila, o coração sereno, de que aqui buscarei justiça para o meu caso" (Reprodução)

O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, foi o maior financiador da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) durante o período em que ela esteve foragida da Justiça brasileira, entre os meses de maio e junho deste ano. O valor de R$ 5 mil foi transferido via Pix, segundo relatório da Polícia Federal (PF).

O documento foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e detalha as transferências financeiras recebidas por Zambelli no período em que ela estava fazendo uma vaquinha virtual.

O relatório aponta que, antes de ser presa, a deputada já era alvo de inquérito criminal instaurado por ordem de Moraes, no âmbito da ação penal 2.428/DF. Conforme a decisão, Zambelli teria tentado obstruir investigações em andamento e, após deixar o Brasil, passou a divulgar mensagens públicas com críticas ao Judiciário.

Em uma das declarações citadas no inquérito, afirmou que voltaria a ser "a Carla que era antes das amarras que essa ditadura impôs", em referência ao STF e às decisões judiciais contra ela.

A PF também analisou os valores arrecadados por meio de uma vaquinha virtual aberta para ajudar a deputada. As transações de R$ 500 ou mais passaram a ser monitoradas. Entre 8 e 24 de maio deste ano, Zambelli transferiu R$ 339 mil de sua conta no Banco Itaú Unibanco para outra conta de sua titularidade na Caixa Econômica Federal. Apenas após o início do pedido público de doações, o total transferido entre contas em seu nome somou R$ 336 mil.

Principais doadores identificados pela PF:

- Luciano Hang, em 20/05/2025 - empresário e cofundador da rede de lojas Havan.

- LCG Paschoalino Ltda., em 27/05/2025 - empresa registrada em 2017 sob o nome fantasia LCG Transportes, tendo como sócios Leonardo Contin Guimarães Paschoalino e Luciana Rodrigues Coelho.

- Marcos Adolfo Tadeu Senamo Amaro, em 03/06/2025 - empresário, artista plástico, colecionador de obras de arte e fundador e ex-presidente do FAMA Museu.

Outras doações relevantes:

- Karina Zupelli Roriz dos Santos, em 20/05/2025 - R$ 3.187,62. Ela é secretária parlamentar no gabinete de Zambelli.

- Antônio Aginaldo de Oliveira, em 19/05/2025 - R$ 2.000,00. É marido da deputada.

- Cristiane de Brum Nunes Marin, em 19/05/2025 - R$ 2.000,00.

Segundo o documento, a quantia recebida integra uma estratégia mais ampla de arrecadação organizada no site carlazambelli.com.br, domínio registrado em nome da própria deputada. A página promovia a campanha #JuntosComZambelli, com instruções para depósitos em conta e transferências instantâneas.

O relatório também aponta que familiares da parlamentar, como a mãe, Rita Zambelli, reforçaram a divulgação dos canais de arrecadação em redes sociais alternativas, como Gettr e Substack. Nessas plataformas, foram encontradas mensagens bilíngues (português, inglês e italiano) com pedidos de apoio e críticas ao ministro Moraes, além de convocações para manifestações contra o STF.

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