Cármen Lúcia e Dino brincam com duração do voto: "vou ler um resumo, não se preocupem"
Na última quarta-feira (10), o ministro Luiz Fux discursou por mais de 13 horas, sem apartes da Primeira Turma
Publicado: 11/09/2025 às 15:29

Ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), ( EVARISTO SA / AFP)
Durante o julgamento do núcleo 1 da trama golpista, a ministra Cármen Lúcia e o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), ironizaram a duração da leitura do voto e do tempo disponibilizado aos apartes dos demais magistrados. Na última quarta-feira (10), o ministro Luiz Fux discursou por mais de 13 horas, sem apartes da Primeira Turma.
As piadas começaram quando Dino perguntou a Cármen Lúcia se ela concederia apartes em seu voto. No primeiro dia do julgamento, Fux chegou a interromper um aparte de Dino à fala do ministro Alexandre de Moraes para afirmar que não permitiria a participação da turma no seu discurso.
“Ministra Cármen, a senhora concede um aparte?”, perguntou Dino. “Todos”, respondeu a ministra. Dino avisou que ele “é literal”.
“Todos desde que rápidos. Nós mulheres ficamos 2 mil anos caladas e queremos ter o direito de falar. Mas eu concedo, como sempre. Está no regimento do Supremo, o debate faz parte do julgamento. Eu gosto de ouvir, eu sou da prosa”, brincou a ministra.
Dino, que teve o voto mais curto dos três primeiros ministros a discursar, afirmou que sua fala curta é para compensar a quantidade de apartes que gosta de solicitar.
“Agradeço sua gentileza. O ministro Gilmar [Mendes, do STF] aqui presente, nosso decano e meu professor, há pouco me perguntou ‘Flávio, teu voto foi tão curto’. Eu disse ‘Gilmar, é que eu uso uma técnica, se chama banco de horas’. Eu faço um voto curto para fazer muito aparte”, brincou Dino.
“Vai descontar tudo no meu?”, questionou Cármen Lúcia. “Não, ainda tem o do [presidente da turma, Cristiano] Zanin, e eu prometo ser muito breve”, respondeu Dino.
“O do Zanin é um bom voto para se cortar, não vai ter nem a aplicação da Lei Maria da Penha”, brincou Cármen Lúcia, que esclareceu que seu voto será mais breve que o do seu antecessor.
“A prosa com vossa excelência é sempre um gosto, tenha certeza. Eu escrevi 396 páginas, presidente, mas eu não vou ler. Vou ler um resumo, não se preocupem”, afirmou à turma e aos presentes.




