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Decisão

Moraes inclui posts de Trump, Jair e Eduardo Bolsonaro em decisão contra o ex-presidente; veja

Para o ministro Alexandre de Moraes, posts comprovam que Jair e Eduardo Bolsonaro estão atuando em conjunto para tentar submeter o funcionamento do STF a um Estado estrangeiro

Marília Parente

Publicado: 18/07/2025 às 12:47

Confira postagens anexadas à decisão do ministro Alexandre de Moraes/Reprodução/Redes Sociais

Confira postagens anexadas à decisão do ministro Alexandre de Moraes (Reprodução/Redes Sociais)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou nesta sexta-feira (18) o sigilo da decisão que impôs ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o uso de tornozeleira eletrônica, dentre outras medidas cautelares.

No documento, constam posts publicados nas redes sociais pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) e pelo próprio ex-presidente.

Segundo Moraes, as investigações da Polícia Federal (PF) e as publicações nas redes sociais demonstram que Jair e Eduardo Bolsonaro estariam atuando em conjunto, de forma “ dolosa e conscientemente de forma ilícita”, para tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) a um Estado estrangeiro. As ações da família Bolsonaro seriam uma retaliação ao julgamento da trama golpista, de acordo com o documento.

 

Moraes também destacou que “lamentavelmente”, Eduardo e Jair Bolsonaro comemoraram “a gravíssima agressão estrangeira ao Brasil [...] favoravelmente às ‘sanções/taxações’ e instigando o Governo norteamericano a tomar novas medidas e atos hostis contra o Brasil”. O trecho faz referência ao tarifaço, de 50%, imposto por Trump a produtos brasileiros.

Posts

Um dos posts atribuídos a Eduardo Bolsonaro repercute a sanção dos Estados Unidos contra o Brasil. "A esquerda/establishment está em desespero pois só agora estão levando a sério e descobrindo a magnitude das sanções americanas. Pela 1ª vez está jogando fora de casa (Brasil) e não adianta ameaçar @realDonaldTrump, eles não têm armas para esta batalha", escreveu o deputado no X, o antigo Twitter.

No dia 9 de julho, Eduardo Bolsonaro voltou a utilizar o X para compartilhar uma foto de Trump, agradecendo pelas tarifas impostas ao Brasil. “OBRIGADO, PRESIDENTE TRUMP- FAÇA O BRASIL LIVRE DE NOVO", publicou o deputado.

Na ocasião, o ex-presidente também se manifestou. “- @realDonaldTrump é o Presidente da principal democracia do mundo e o representante mais proeminente dos valores que sustentam a civilização ocidental - valores que muitos hoje estão determinados a desmantelar”, publicou Jair Bolsonaro, em inglês.

Soberania Nacional

Moraes cita ainda uma publicação do próprio Trump, com uma carta “atentatória à Soberania Nacional e com claras e expressas ameaças ao Poder Judiciário brasileiro”. No post, Trump chama a investigação contra o ex-presidente de “caça às bruxas”.

“O Brasil está fazendo uma coisa terrível no seu tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu observei, assim como o Mundo, como eles não fizeram nada além de persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada”, postou Trump, também no X.

Segundo a investigação, os atos da família Bolsonaro ferem a soberania do Brasil e teriam o objetivo de pressionar pela anistia da trama golpista, que está em julgamento no STF, na qual Jair Bolsonaro é acusado de liderar a organização criminosa. Nesta semana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação do ex-presidente.

Contra o ex-presidente, pesa uma transferência de R$ 2 milhões que Bolsonaro fez para o Eduardo, em maio. Para o STF, trata-se de uma tentativa de financiar o projeto de ataque à soberania nacional.

“A permanente intenção criminosa é tão patente e escancarada que, após a apresentação das alegações finais pela Procuradoria Geral da República na AP 2668, as ameaças ao Chefe do Ministério Público foram significativamente ampliadas, inclusive com pedidos para atuação do governo norte-americano”, registrou Moraes, na decisão.

Tornozeleira eletrônica

No documento, o ministro do STF também determinou que Bolsonaro use tornozeleira eletrônica. A medida tem como objetivo evitar uma possível fuga do país.

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