Moraes revoga decisão e autoriza que réus do núcleo 1 mantenham contato
Ministro anunciou revogação no fim dos interrogatórios no STF. Para o magistrado, a restrição não é mais necessária
Luana Patriolino - Correio Braziliense
Publicado: 10/06/2025 às 22:59

Alexandre de Moraes durante Interrogatórios dos réus da Ação Penal (AP) 2668 (Ton Molina/STF)
Após o fim dos interrogatórios do núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado, nesta terça-feira (10/6), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou a proibição de contato entre os oito réus na ação penal. Com a decisão, eles poderão conversar. Para o relator, não há necessidade de manter a restrição.
"Eu revogo a medida cautelar que impôs em 26 de janeiro de 2024 a proibição dos réus de manterem contato entre si", determinou o relator no fim da audiência na Primeira Turma.
Ao todo, seis réus foram ouvidos nesta terça-feira. Outros dois, na segunda-feira. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi o sexto a ser interrogado na Corte. Ele negou ter participado da trama criminosa para reverter o resultado das eleições de 2022 — em que ele saiu derrotado. No entanto, admitiu ter tentado “alternativas” após falhar no ataque às urnas eletrônicas.
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Bolsonaro afirmou que debateu com aliados sobre possibilidades “dentro da lei”. O ex-chefe do Planalto ressaltou que houve reuniões com militares para discutir possíveis saídas constitucionais, após a rejeição de uma ação do Partido Liberal no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que era questionada a segurança das máquinas de votação.
“As conversas eram bastante informais. Era conversa informal para ver se existia alguma hipótese de um dispositivo constitucional para a gente atingir o objetivo que não foi atingido no TSE. Isso foi descartado na segunda reunião”, disse.
A Primeira Turma do STF concluiu, nesta terça-feira, os interrogatórios do primeiro grupo de testemunhas da tentativa de golpe de Estado. Segundo a PGR, o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha ciência e participação ativa em uma trama golpista para se manter no poder e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Também é descrito um plano de assassinato contra autoridades e o apoio aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 como a última cartada do grupo criminoso.
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