INSS avalia deixar de intermediar desconto em folha, diz ministro
Segundo o novo chefe da Previdência Social, Wolney Queiroz, intermédio dos descontos associativos podem ser "risco" à credibilidade do INSS
Publicado: 29/05/2025 às 10:49

Ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, participou do programa Bom Dia, Ministro, que contou com a presença do Diario de Pernambuco (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), confirmou que o Governo Lula discute a possibilidade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deixar de intermediar os descontos das mensalidades de associações e sindicatos direto na folha de pagamento dos aposentados e pensionistas. Queiroz concedeu entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, com participação do Diario de Pernambuco, na manhã desta quinta-feira (29).
“Existe uma discussão interna no Governo, e também no parlamento. Estive numa audiência pública no Senado Federal, e alguns senadores já têm projetos restringindo qualquer tipo de desconto em folha. E, no Governo Federal, existe quem defenda que o INSS não é instituição financeira e saia desse risco”, afirmou o ministro.
Wolney Queiroz justificou, ainda, que os descontos associativos podem representar um risco à credibilidade da previdência social.
“O INSS não ganha nada com isso do ponto de vista financeiro, não é remunerado para fazer o desconto, e quando acontece um fato como esse, acaba atingindo a credibilidade do INSS e do Ministério da Previdência”, declarou, se referindo aos descontos indevidos que geraram prejuízo de R$ 8 bilhões.
O novo chefe da Previdência garantiu que caso seja mantido o intermédio dos descontos, será sob “moldes e critérios bem mais seguros”.
Entidades afastadas após fraude
De acordo com Queiroz, as entidades sob investigação pelos descontos fraudulentos que foram afastadas do Conselho Nacional da Previdência Social terão portas abertas para retornar caso tenham sua inocência comprovada.
“Achamos prudente que essas entidades saíssem momentaneamente do Conselho, sem fazer nenhum tipo de pré-julgamento e dando o direito de defesa e a presunção de inocência a cada uma delas”, disse.
“Vamos fazer uma checagem de todas essas associações e como elas se comportam e, ao final de tudo, vamos separar o joio do trigo. E vamos ficar com o trigo”, acrescentou Wolney.

