Trama golpista teve seis tipos de atuação diferentes
Decisão da PGR de dividir acusados da trama golpista em núcleos foi uma estratégia para dar agilidade ao processo
Publicado: 19/05/2025 às 06:00

Ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados fazem parte do núcleo crucial da trama golpista /Antonio Augusto/STF
Nesta primeira etapa, que começa a ser concluída amanhã com o julgamento do núcleo 4, o colegiado está decidindo se aceita a denúncia contra os supostos golpistas e os transforma em réus de uma ação penal. O motivo de existirem cinco núcleos é porque as denúncias foram “fatiadas”, em uma estratégia da PGR para dar celeridade ao processo.
A investigação da PF identificou seis tipos diferentes de atuação na trama golpista, e os dividiu em grupos: desinformação e ataques ao sistema eleitoral; núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de estado; jurídico; operacional de apoio às ações golpistas; inteligência paralela e operacional para cumprimento de medidas coercitivas. A PGR reorganizou essa divisão, que passou a ser de cinco núcleos, excluindo também oito pessoas que haviam sido indiciadas pela PF, mas que não foram denunciadas.
Logo, os principais acusados foram reunidos no primeiro núcleo, chamado de núcleo crucial, do qual fazem parte o ex-presidente Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto, Alexandre Ramagem, Mauro Cid e outros. Esse grupo foi denunciado por comandar a suposta organização criminosa acusada de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
O segundo núcleo é acusado de gerenciar as ações para manter a permanência ilegítima do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder e inclui ex-integrantes da Polícia Rodoviária Federal e ex-assessores do político.
No terceiro núcleo estão Estevam Gaspar de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo, Wladimir Matos Soares, Bernardo Romão Corrêa Netto, Cleverson Ney Magalhães, Fabrício Moreira de Bastos, Marcio Nunes. Eles são acusados de planejar “ações táticas” para efetivar o plano golpista.
O quarto núcleo reúne acusados de espalhar fake news e organizar ações de desinformação sobre o processo eleitoral, promovendo o ataque às instituições e autoridades. Já o quinto núcleo é um desdobramento do quarto e conta apenas com Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, neto do ex-presidente João Batista Figueiredo, o último da Ditadura Militar. No entanto, esse último caso ainda não tem data marcada para ser analisado pelo STF porque o acusado mora nos Estados Unidos.
Mesmo diante de um cenário desfavorável com todas as denúncias da PGR tendo sido acatadas até então pelos ministros do STF, o advogado e cientista político Felipe Ferreira Lima adianta que os políticos envolvidos no processo devem usar de estratégias na defesa para reforçar uma imagem positiva para o eleitorado.
*Com informações de agências

