Operação Alvitre: Suspeitos de desviar R$ 39 milhões em Ipojuca teriam fugido após aviso
Dois investigados são considerados foragidos
Publicado: 06/10/2025 às 16:59

Segundo a PCPE, a investigação foi iniciada em outubro de 2024 (Foto: Divulgação / PCPE)
Dois investigados na Operação Alvitre, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) em 2 de outubro, teriam sido avisados que seriam alvo e fugiram no dia anterior. Eles são considerados foragidos da Justiça.
A Operação Alvitre investiga o repasse de R$ 39 milhões, por meio de emendas parlamentares, ao longo de três anos, ao Instituto de Gestão em Políticas Públicas do Nordeste (IGPN), em Ipojuca, no Grande Recife. Em coletiva de imprensa, a Polícia Civil declarou que o IGPN não teria capacidade técnica ou operacional para atuar.
O Diario de Pernambuco apurou, com fontes da investigação, que Gerailton Almeida da Silva, possível líder do esquema criminoso e diretor do IGPN, e Gilberto Claudino da Silva Júnior, gestor de uma faculdade em Ipojuca, teriam “evadido” entre 22h e 0h do dia 1º de outubro.
Na casa de Gilberto, a Polícia Civil teria encontrado comida espalhada pelo chão, mesa posta com um bolo, comida pronta na geladeira e vários mantimentos na despensa. Isso, para a corporação, daria a entender que o imóvel foi deixado às pressas.
Gerailton, segundo imagens das câmeras de segurança observadas pela PCPE, teria saído de seu condomínio às 23h40.
Até o momento, a polícia cumpriu três dos sete mandados de prisão. Além de Gilberto e Gerailton, outros dois homens também são considerados foragidos da Justiça no âmbito da Operação Alvitre.
Operação
De acordo com a investigação, o IGPN recebia os recursos da Prefeitura de Ipojuca e, por não ter condições de cumprir com os serviços, delegava funções para que as demais investigadas realizassem cursos.
“A Rede Vhida e essa faculdade foram investigadas e nas diligências verificamos que os eventuais cursos que foram pagos pela prefeitura, não eram realizados. Quando eram, eram superfaturados”, detalhou o delegado da Polícia Civil Ney Luiz, em coletiva na sexta-feira (3).
Ainda conforme o delegado, o grupo criminoso aproveitava CNPJs de associações antigas, já consolidadas, para passar credibilidade. “O IGPN pegou um CNPJ de uma associação mais antiga, que funcionava em Jaboatão. Essa associação foi transferida para Barreiros e passou a receber recursos de Ipojuca através de um Termo de Fomento”, disse Ney Luiz.
Na ação, foram empregados 100 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães.
A operação está vinculada à Diretoria Integrada Metropolitana (DIM). Já as investigações foram realizadas em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (GAECO/MPPE) e assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (DINTEL).

