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SUPERLIGA
Vaga antecipada ou terceiro jogo?
Minas e Praia voltam a se enfrentar, agora na Arena JK, pelas quartas de final. Time da casa aposta mais uma vez no trio Jaqueline, Carla e Mari Paraíba para fechar série
Publicado: 24/03/2015 às 08:47

“Pressão”. Palavra que define o clima do confronto entre Minas e Praia, hoje, às 18h, na Arena JK, o segundo da melhor de três pelas quartas de final da Superliga Nacional Feminina de Vôlei. O Minas, vencedor do primeiro confronto (3 a 2, em Uberlândia, no último sábado), garantirá a vaga com uma vitória. O Praia tem um caminho mais longo, pois precisa vencer hoje para forçar a terceira partida, sexta-feira, às 21h30, novamente no Triângulo. Quem avançar já sabe qual adversário enfrentará na luta pela vaga na decisão: o Rio, de Bernardinho, que superou ontem o São Caetano por 3 a 1 – 25/19, 12/25, 25/23 e 25/16.
As duas equipes têm suas armas. No Minas, por exemplo, um achado do técnico Marcos Queiroga, que, a partir da chegada de Jaqueline, implantou um sistema pouco usual nos dias de hoje. O time passou a jogar com três ponteiras, Jaqueline, Carla e Mari Paraíba, sem a oposto. O resultado foi um crescimento do passe e da recepção, a ponto, por exemplo, de o time da capital mineira ser a melhor da competição nesse último fundamento, enquanto o Praia é o sétimo. Tem-se que levar em conta, no entanto, que o time do Triângulo não contou com sua jogadora mais forte nesse fundamento, a veterana Sassá, que ficou fora por mais de um turno.
As três ponteiras do Minas chamam a atenção. Se no futebol existiu no passado, bem distante, um “trio maldito”, no Atlético, formado por Mário de Castro, Jairo e Said, assim chamados pelo grande número de gols que marcavam, de 1927 a 1931, no vôlei, o mesmo se pode dizer das três ponteiras, pois Jaqueline e a quinta maior pontuadora da competição, com 315 pontos, seguida por Carla, com 312, e em 12º aparece Mari Paraíba, com 277.
Jaqueline diz que quando chegou ao Minas não pensava que o time chegaria ao ponto em que se encontra. “O Queiroga, na verdade, ganhou com esse ataque. Ele montou, a partir daí, a estrutura da equipe. A Carla se adaptou muito bem, principalmente porque o ataque é seu ponto mais forte. A Mari passa muito bem. Assim a Carla ataca e eu e a Mari ajudamos mais na defesa”, conta Jaqueline, que confessa ainda sentir um friozinho na barriga em jogos decisivos.
“Não perco a ansiedade nunca. Sinto o mesmo do início da carreira”, diz a jogadora, que confessa surpresa por estar tão bem colocada na pontuação: “Eu nem joguei a Superliga toda. Cheguei depois”. Mas divide o sucesso com as companheiras. “Temos a vantagem de ter um time muito experiente, de jogadoras que já passaram por diversas situações. Isso beneficia, por exemplo, as mais novas, como nossa levantadora, a Naiane, que tem apenas 20 anos. Não era nem pra ela estar jogando, teoricamente. Mas ela se esforçou e conseguiu crescer junto com o time. Todas as jogadoras mostraram que merecem que estejamos numa situação como a de agora. Tem Walewska, Carol Gattaz, a Tika, todo mundo.”
O fato de o Minas ter a melhor recepção e ser o quarto melhor ataque, terceiro na defesa, surpreende Mari Paraíba e Carla. “Eu sequer olho a estatística. Não esperava que estivesse assim. Acho que isso é fruto do trabalho. Além do mais, sonho em levar o Minas à semifinal, o que não acontece desde 2007”, lembra a primeira.
Ela e Carla recordam, juntas, o jogo de sábado. O Minas fez 2 a 0 e depois perdeu o terceiro set. No quarto, vencia por 10 pontos e acabou perdendo. Venceu o quinto por 15/11. “Ali deu raiva. Lembro que falei para as meninas que a gente tinha de reagir e desfazer a besteira que tínhamos feito”, conta Mari. “Pois eu cheguei a xingar. Devo ter falado muito, pois sou assim. Mas depois, conseguimos voltar ao jogo. Acho nosso time muito equilibrado e acredito que temos condições de avançar. Estou muito feliz com o que aconteceu até aqui, principalmente com essa surpresa de que nos três e o time estamos bem nas estatísticas”, diz Carla.
Retorno No Praia, o grande problema do técnico Ricardo Picinin é com a recepção. O time conta com o segundo melhor ataque e o terceiro melhor levantamento, mas nos demais quesitos, está atrás do Minas. E para tentar melhorar, o treinador conta com Sassá. A jogadora está animada. “Passei muito tempo contundida. Quero jogar de qualquer jeito e estou pronta pra isso, para ajudar o time”, diz a jogadora, que hoje terá uma torcida especial na Arena JK, pois os alunos de sua escolinha de vôlei, de Barbacena, estarão nas arquibancadas.
Queiroga repetirá o time que venceu no sábado, seguindo o ditado que diz que em time que está ganhando, não se mexe. O time terá Naiane, Carla, Walewska, Carol Gattaz, Jaqueline, Mari Paraíba e Tika (líbero). Picinin faz mistério para escalar o Praia. Diz que só definirá quem vai para o jogo no vestiário. Mas provavelmente será com Karine (Ju Carrijo), Daymí, Letícia Hage, Natasha (Nati), Sassá, Webster e Tássia (líbero). Também hoje, o Pinheiros recebe o Osasco em São Paulo, às 20h30, precisando da vitória para forçar o terceiro jogo.
Fique ligado
Minas x Praia
Segundo jogo da melhor de três pelas quartas de final da Superliga Nacional feminina de vôlei
Arena JK, 18h30
Ingressos
R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), nas bilheterias da Arena JK, a partir de 16h45. Para sócios, durante todo o dia, nas centrais de atendimento do clube.
Masculino
Depois de dois dias de folga, algo raro desde que começou a Superliga Nacional Masculina de Vôlei, jogadores de Cruzeiro e Minas voltaram aos treinos. No time celeste, que venceu o primeiro duelo por 3 a 1, o técnico Marcelo Méndez se preocupa em melhorar ainda mais o aproveitamento de saque, que segundo ele, foi o principal fundamento de sua equipe no confronto. Já no Minas, o treinador Nery Tambeiro quer melhorar a recepção. Ele concorda com o técnico rival que o saque foi determinante para a vitória celeste no primeiro jogo. Segundo ele, será preciso receber melhor para neutralizar o adversário. Os dois times têm programação semelhantes, com treinos até sexta-feira, em dois períodos. No final de semana, apenas um treino diário, sendo que o Cruzeiro deve ir ao Minas no domingo, véspera do jogo, para um trabalho de adaptação. Ainda não foi definida como será a venda de ingressos, mas tudo indica que as entradas serão oferecidas apenas no dia do jogo.
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