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PARIS
Olimpíadas 2024: Caio Bonfim é medalha de prata na marcha atlética
Aos 33 anos, atleta do Distrito Federal nascido em Sobradinho é o protagonista da primeira medalha do Brasil na história da marcha atlética
Publicado: 01/08/2024 às 06:56

[SAIBAMAIS]"Estou muito feliz. Paris agora faz parte da minha história. Brasil, obrigado por todos que ajudaram", celebrou Caio Bonfim em entrevista ao SporTV logo depois de cruzar a linha de chegada. "Sou brasileiro, não desisto, é na raça. Consegui manter a técnica e o equilíbrio e levar essa medalha para casa", afirmou, em lágrimas.
Emocionado, Caio Bonfim desabafou contra o preconceito à marcha atlética no primeiro contato com a imprensa. "Tem que ter muita coragem para viver de marcha atlética. Valeu a pena pagar o preço. Hoje, eu pude falar para meu pai (João Sena) e para minha mãe (Gianette Bonfim, treinadora dele): 'Nós somos medalhistas olímpicos’'. E continuou: "Essa prova aí, parece que nós estamos brincando de rebolar? Vai rebolar 20km, cara! Tem gente que pergunta: 'Qual o intuito dessa prova?' É uma competição de quem caminha mais rápido e ganha de você correndo", disparou Caio.
Um dos trunfos da preparação foi o trabalho em altitudes. Primeiro, o brasiliense encarou os mais de 2.600m de altitude Bogotá, na Bolívia e, antes de desembarcar em Paris, trabalhou a resistência física nos 3.400m acima do nível do mar de Serra Nevada, na Espanha, durante intensivo de 21 dias.
PRATA PARA O BRASIL! %uD83E%uDD48
— Time Brasil (@timebrasil) August 1, 2024
Caio Bonfim faz história e conquista a primeira medalha brasileira na marcha atlética em #JogosOlímpicos!
Parabéns, Caio! Você é um FENÔMENO!#TimeBrasil #Paris2024 #Medley pic.twitter.com/qI3XbG4KLy
ESTRATÉGIA
A prova de Caio Bonfim foi estratégica. Antes da largada, enquanto os concorrentes estavam concentrados e sem grandes movimentações, Caio era inquieto e marchava durante a autorização para partir. Abriu o primeiro quilômetro com intensidade, reivindicando a liderança. Sofreu punição e abaixou o ritmo. De abre alas, passou para 35º nos 4km. Porém, tudo fazia parte da estratégia. Embora tenha caído posições, manteve o ritmo para não ficar distante no tempo. Fechou a primeira metade da prova novamente na ponta.
A 5km do fim, a prova tinha um desenho do desfecho. O pelotão principal era composto por 10 atletas, separados por um segundo. Em nenhum momento Caio Bonfim a mais de 3 segundos de distância do líder. Na reta final, aumentou o ritmo e deixou de lado a administração do fôlego. Porém, na penúltima foi ultrapassado volta, foi ultrapassado pelo equatoriano Daniel Pintado, enquanto o campeão olímpico em Tóquio-2020, o italiano Stano Massimo, era quarto.
Apesar da prova intensa, os recordes mundiais e olímpicos da prova de 20km da marcha atlética seguem intactos e não foram reestabelecidos em Paris-2024. O primeiro deles perdura desde 2015, quando o japonês Yusuke Nome venceu a corrida realizada em Nomi, no Japão, com o tempo de 1h16m36s. Nos Jogos de Londres-2012, o chinês Ding Chen faturou a medalha de ouro com a marca de 1h18m46s.
Os 20km masculino da marcha abriram os trabalhos do atletismo nos Jogos de Paris-2024.
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