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Jofre "não entende" morte de Ali; Popó e Falcão valorizam lado humano e esportivo da lenda

Desportistas brasileiros comentaram a morte de Muhammad Ali, aos 74 anos

Publicado: 04/06/2016 às 18:39

Ali, de 74 anos, e que há 32 anos lutava contra a doença de Parkinson, não resistiu aos problemas respiratóriosA morte de Muhammad Ali, Cassius Marcellus Clay Jr, na madrugada deste sábado, chocou o mundo do boxe. Aos 74 anos, Ali, que há 32 anos luta contra a doença de Parkinson, não resistiu aos problemas respiratórios. No Brasil, não foi diferente. Éder Jofre, maior peso-galo de todos os tempos e bicampeão mundial (peso-galo em 1960 e peso-leve em 1976) se mostrou chateado pelo sentimento de impotência diante da fatalidade.

"O boxe perde uma de suas maravilhas. Ele era um cara muito simpático", disse Éder Jofre“Recebi a notícia com uma tristeza muito grande. É uma passagem difícil de a gente entender. Bom, fazer o quê? O boxe perde uma de suas maravilhas”, comentou Jofre, em contato por telefone. “Era um grande campeão. A gente assistia pela TV. Pessoalmente eu só o vi uma vez, em um evento nos Estados Unidos. Ele era um cara muito simpático”, lembrou o brasileiro.

Éder Jofre tem 80 anos e convive com uma doença crônica, a encefalopatia traumática crônica, antigamente chamada de demência pugilística. Apesar da dificuldade na fala, o Galinho de Ouro garante estar saudável. Ele chegou a afirmar ainda que Joe Louis, pugilista norte-americano morto em 12 de abril de 1981, foi melhor que Muhammad Ali, mas, nada que apague a história fantástica e a tristeza com a sua despedida. “Que ele se posicione, se comporte. A vida é assim mesmo”, concluiu Jofre.

Já Acelino Popó Freitas, tetracampeão mundial, com dois títulos na categoria peso-leve e outros dois no super-pena, fez questão de ressaltar as atitudes de Muhammad Ali fora dos ringues. O ídolo brasileiro de 40 anos prestou sua homenagem e apontou Ali como um grande exemplo de ser humano, não só dentro do esporte.

"Foi um eterno campeão, dentro e fora do ringue", comentou o tetracampeão mundial Popó“O boxe hoje amanhece de luto, o esporte hoje está mais carente com o falecimento do nosso grande, grande, e eterno campeão, Muhammad Ali, o Cassius Clay. Foi um eterno campeão, dentro e fora do ringue. Só de ele desistir de ir para a guerra, que naquela época era obrigado, ter de mudar seu nome, sua religião, ir fazer luta e se refugiar em outro país para não machucar pessoas inocentes mostra o ser humano e o coração que esse cara tem. Dentro do ringue, espetacular. Lutava como peso leve. Era um peso pesado que lutava como um super-pena. Ficam aqui minhas homenagens, fica o meu carinho, e fica também na nossa falta, porque o que a gente vai ser agora é só saudade. Deus o abençoe”, disse Popó.

Principal aposta do boxe brasileiro contemporâneo, Yamaguchi Falcão também externou sua tristeza e deixou sua mensagem. Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, e campeão latino pelo Conselho Mundial de Boxe aos 28 anos, o pugilista parou seus treinos na Argentina para prestar sua homenagem.

“Eu fiquei sabendo da morte do Ali nesta madrugada, através da minha esposa, que viu na internet. Eu sinceramente fiquei muito triste, porque ele era e sempre será um ídolo. O mundo do boxe sente muito por essa perda. Ele é uma inspiração, uma lenda e fará muita falta. Tenho certeza que Deus o recebeu de braços abertos. Gostaria de deixar meus pêsames a família de Cassius Clay, o eterno pugilista, que tanto brilhou nos ringues: amador, profissional e da vida. A família boxe hoje está de luto”, disse Falcão.

Muhammad Ali é considerado um dos maiores pugilistas de todos os tempos. Foi tricampeão mundial de boxe nos pesos pesados e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960.
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