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JUDÃ?

Erika Miranda, do Minas, vacila no último segundo da semifinal, mas fica com bronze

Atleta levou a primeira medalha brasileira no Mundial, disputado no Cazaquistão

Publicado: 25/08/2015 às 10:11

Erika (3ª) venceu a italiana Odette Giuffrida (4ª) na disputa da medalha de bronze da categoria até 52kgA primeira medalha do Brasil no Mundial de Judô de Astana, no Casaquistão, teve um gostinho amargo. Erika Miranda teve que se contentar com o bronze, nesta terça-feira, depois de deixar escapar a vaga na final por um vacilo inacreditável. A judoca do Minas Tênis Clube vencia a japonesa Misato Nakamura, bicampeão mundial (2009 e 2011) até o último segundo, mas levou um inesperado wazari. Na disputa do bronze da categoria até 52kg, a brasileira venceu a italiana Odette Giuffrida. Nem comemorou muito.

A medalha, de qualquer forma, é a terceira seguida de Erika em Mundiais. Em Astana, a brasiliense acreditava que poderia ficar com o ouro depois de ser prata no Rio (2013) e bronze em Chelyabinsk, na Rússia, em 2014. Até porque a bicampeã mundial Maljlinda Kelmendi, do Kosovo, derrotada apenas três vezes durante todo o ciclo olímpico, está machucada.

Em Astana, Erika começou a campanha diante de Zhanna Stankevich, da Armênia, e precisou de apenas 2min11s de luta para aplicar dois wazaris e vencer. Na segunda rodada, a brasileira estrangulou Lenariya Mingazova, do Casaquistão, após apenas 1min17s de combate. Nas quartas, mostrando variedade de golpes, aplicou um koshi-jime no chão para superar Darya Skrypnik, da Bielo-Rússia, com 0s59 de luta.

Na semifinal, era a chance de vencer a bicampeã mundial Nakamura pela primeira vez após quatro combates, todos vencidos pela japonesa por ippon. Determinada, a brasileira dominou a luta. Recebeu o primeiro shidô (punição), mas imprimiu maior ritmo até que a rival fosse punida duas vezes.

A vitória era da brasileira até 3 segundos para o fim da luta. Nakamura conseguiu um toque no pé direito de Erika, que foi projetada para trás. Mais um empurrão e a brasileira caiu com o dorso no chão. Wazari a um segundo do fim, para desespero da técnica Rosicleia Campos.

Na decisão do bronze, Erika estava claramente insatisfeita. Começou a luta agressiva, deixou a italiana Odette Giuffrida, de apenas 20 anos, passar a contralar as ações, mas venceu graças a um shidô recebido pela rival.

De todos os brasileiros com chance de conquistar medalha no judô no Rio-2016, Erika parece a aposta mais certeira. Foi ao pódio nos três Mundiais anteriores à Olimpíada, vem de uma prata e um quinto lugar no Grand Slam de Tóquio (o mais forte do mundo), é bicampeã do Campeonato Pan-Americano e faturou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto.

Em Astana, foi a primeira brasileira a subir ao pódio, mas a quarta a perder para japoneses. Eric Takabatake e Felipe Kitadai foram eliminados pelo mesmo rival, enquanto Nathalia Brígida foi superada por japonesas na semifinal e na disputa do bronze, segunda-feira, na categoria até 48kg. Sarah Menezes e Charles Chibana, que chegaram como favoritos, perderam na estreia.
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