Santa Cruz ainda tem bons números no ataque, mas setor sofre queda de produção na Série A

[SAIBAMAIS]Desde quando perdeu a invencibilidade na Série A, ao sair derrotado contra o Sport, o ataque do Santa Cruz entrou em queda vertiginosa no campeonato. Nas quatro partidas anteriores ao clássico, foram 11 gols feitos pelo Tricolor. A torcida teve direito até a duas goleadas de 4 a 1 sobre Vitória e Cruzeiro, ambas no Arruda. Mas, a partir do jogo com o rival, balançar as redes tem sido um tormento para o time do técnico Milton Mendes. Nestas cinco últimas rodadas, o Tricolor só marcou gols duas vezes.

Apenas os atacantes Lelê e Grafite fizeram gols neste recorte, justamente nos dois derradeiros jogos. O primeiro contra o Figueirense e o segundo contra o Palmeiras. Grafite, aliás, tem salvo este sistema ofensivo de um rendimento ainda mais baixo. Mais da metade dos gols do Santa Cruz na competição acabaram sendo anotados pelo camisa 23 (53,8% no total). Dono de sete dos 13 gols da equipe, o centroavante, de quebra, ainda é o artilheiro do Brasileirão (junto de Bruno Rangel, da Chapecoense).

Grafite ficou fora de um desses cinco derradeiros jogos de pouca operância do ataque, que coincidem também com uma menor produção do time de um modo geral. Com uma edema na coxa, não pôde enfrentar o Santos, no Arruda. Coincidência ou não, o Santa passou em branco e saiu derrotado por 2 a 0. De volta na rodada seguinte, quando o Tricolor recebeu o Figueira, o ídolo coral não fez gol, mas deu passe para Lelê decretar a vitória por 1 a 0 a favor da equipe pernambucana. Lance que deixa ainda mais evidente a importância dele no time, seja com gols, assistências ou taticamente, ao concentrar em si parte dos marcadores adversários e abrir espaço para os colegas mais “coadjuvantes” de setor.

Pelo retrospecto avassalador no início do campeonato, o Santa Cruz chegou a deter o segundo melhor ataque da Série A até duas rodadas atrás. Dividiu o posto com Grêmio e Chapecoense, mesmo já passando os três jogos anteriores em “jejum” de gols. Hoje, o Tricolor é ainda a quarta equipe que mais fez gols nesta edição do nacional, ao lado de mais três times: Coritiba, Atlético-MG e Corinthians. Fato é que, ultimamente, a equipe pernambucana tem sido falha na finalização. Mas também tem sentido alguma dificuldade para construir jogadas. Situação que faz com que a falta de gols não recaia apenas nos homens de frente.

Entusiasta do jogo coletivo, Milton Mendes reconhece a recente dificuldade dos corais em criar e colocar a bola para dentro. "Vimos que, quando os nossos jogadores precisam atacar, inibem-se um pouco”, disse. O comandante, que chegou a trabalhar finalizações no treino de ontem, espera que os jogadores tenham tirado "lições" para serem mais efetivos amanhã, contra o Flamengo, no Arruda.

Ciente das suas responsabilidades para que o ataque volte a funcionar, o lateral esquerdo Tiago Costa entende que os adversários estão estudando mais o Tricolor. Além disso, segundo ele, tem faltado sorte. "Os caras das outras equipes observaram bastante e forçaram mais a marcação aos nossos atacantes. A gente tem tentado, mas às vezes a bola bate na trave, é uma defesa milagrosa que o goleiro faz. O mais importante é a confiança que um tem no outro no grupo. Então, daqui para frente vão voltar os gols", pontuou, confiante na retomada dos bons números do setor.

O começo avassalador do ataque

Santa Cruz 4 x 1 Vitória
Fluminense 2 x 2 Santa Cruz
Santa Cruz 4 x 1 Cruzeiro
Chapecoense 1 x 1 Santa Cruz

11 gols feitos em 4 jogos (média de 2,75 por partida)

A queda de produção

Santa Cruz 0 x 1 Sport
Atlético-PR 1 x 0 Santa Cruz
Santa Cruz 0 x 2 Santos
Santa Cruz 1 x 0 Figueirense
Palmeiras 3 x 1 Santa Cruz

2 gols em 5 jogos (média de 0,4 por partida)

O ataque do Santa Cruz na Série A

13 gols em 9 jogos (média de 1,4 por partida)

Os melhores ataques da Série A

Palmeiras: 19 gols
Grêmio e Chapecoense: 16 gols
Santa Cruz, Coritiba, Atlético-MG e Corinthians: 13 gols