Acervo
DA ARQUIBANCADA
Os desafios do próximo presidente
Do topo à luta contra o rebaixamento. Da força nos bastidores à mediocridade. Do sócio-torcedor poderoso a cadeiras vazias no Mineirão
Publicado: 09/08/2017 às 11:00

Passado o êxtase oriundo desses dois anos mágicos que vivemos, tive meu momento de reflexão: por que tudo deu tão certo?. Concluí que a força daquele Cruzeiro vinha da coesão interna da diretoria e da montagem do elenco. O presidente era Gilvan, mas quem comandava era Alexandre Mattos. Ele era o responsável pelas contratações e por blindar o grupo. Na época, nada passava para a imprensa. A sensação era de que nos bastidores da Toca da Raposa tudo era feito com muita harmonia.
O marketing trabalhou muito bem. Foram vários os eventos que ganharam destaque na mídia, principalmente na apresentação dos atletas. Quem não se lembra do carro-forte que trouxe Júlio Baptista? E a apresentação do zagueiro Dedé em um supermercado? Além disso, o programa de sócio-torcedor saiu da invisibilidade para o protagonismo. O clube cinco estrelas conseguiu captar 80 mil sócios em 2013, ocupando o terceiro lugar no ranking nacional.
Dentro das quatro linhas, tínhamos jogadores experientes e jovens com habilidade, potencial e vontade de vencer. A força do Cruzeiro nos bastidores era invejável. Àquela altura, ninguém imaginava o brutal declínio que teríamos em 2015 e 2016. Do topo à luta contra o rebaixamento. Da força nos bastidores à mediocridade. Do sócio-torcedor poderoso a cadeiras vazias no Mineirão. Do diretor arrojado ao amador “scuro”, responsável pela negociação bizarra por Ábila. Do elenco forte ao amontoado de jogadores que hablam, mas não jogam.
2017 era para ser um ano mais alegre, mas até agora só tivemos frustrações. Perdemos o Mineiro, fomos eliminados precocemente na Sul-Americana, fizemos um 1º turno muito oscilante no Brasileiro e agora só nos resta a Copa do Brasil.
O próximo presidente do Cruzeiro vai ocupar o cargo num momento de muita pressão por títulos e com a missão de recuperar a força da imagem do clube, que foi diminuída no segundo mandato da gestão de Gilvan. Vendo o Barcelona e outros times europeus, dá pra ver que o futebol não é para amadores. Precisamos de união; planejamento; gestão profissional; fortalecimento das categorias de base; alavancar o sócio-torcedor; investir em tecnologia no departamento médico (e reavaliá-lo); estreitar as relações com a Minas Arena, com FMF e com a CBF; atrair investidores e patrocinadores; modernizar o estatuto; etc. E tudo isso precisa ser feito sem que percamos força dentro de campo. O desafio é do tamanho do clube: gigante.
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