Motorzinho, ladrão de bolas e "preso": a volta de Luan ao time titular do Atlético

Foram mais de dois meses de espera, mas Luan finalmente voltou ao time titular do Atlético. Recuperado de uma lesão muscular na coxa direita, o meia-atacante fez uma partida tímida na vitória por 1 a 0 contra o Botafogo, na noite desta quinta-feira. Apesar de não ter se destacado em lances decisivos, demonstrou as qualidades que o fizeram conquistar a torcida alvinegra: raça, disposição e boa participação nas transições ofensiva e defensiva.

“Estou feliz. Sei que ainda posso dar mais. Mas participei de alguma forma. Goleiro pegou a bola na minha cabeça e sobrou para o Elias. A gente fez triangulação com Robinho, com Cazares entrando e fazendo um golaço. Mas estou feliz com a vitória. (Senti) cansaço. Foi muito tempo sem jogar. Jogar um jogo desse, decisivo, é meio puxado. Mas dei conta. Quando o Roger me tirou, agradeci, porque estava cansado mesmor”, avaliou o jogador.

A última vez que Luan iniciou uma partida tinha sido no dia 13 de abril, na vitória por 5 a 2 sobre o Sport Boys, da Bolívia, pela Copa Libertadores. Naquela noite, deixou o campo lesionado. Desfalcou o time por mais de dois meses até o retorno, em 18 de junho, contra o São Paulo. Também enfrentou Sport e Chapecoense, pelo Campeonato Brasileiro.

Nesta quinta-feira, no Independência, foi substituído aos 20' do segundo tempo por Otero. Nos 66 minutos em que esteve em campo, Luan auxiliou o time tanto ofensiva, quanto defensivamente. E foi justamente a entrega do jogador, além do fato de ter retornado de lesão, que fez o técnico Roger Machado preparar uma programação diferente para a partida.

“Sempre (tem um cuidado especial). Não só com o Luan, mas com todos, principalmente os que retornam de lesão. O Luan não dosa (esforços). Foi um jogo de bom nível, tanto ofensivo, quanto defensivo. Já tinha uma programação de jogar até uns 20 minutos do segundo tempo. E ele vai no desgaste máximo", avaliou.

Apesar de ser escalado como um dos três jogadores da linha mais avançada de meio-campistas, foi destaque em um fundamento relacionado à marcação: os desarmes. Foram dois - maior número do time no período em que esteve em campo. Autor do gol alvinegro, Cazares roubou o mesmo número de bolas.

Luan acertou 29 dos 31 passes tentados durante o jogo - aproveitamento alto de 93,5%. O meia-atacante também apareceu ao distribuir dois passes para finalizações desperdiçadas por companheiros. Teve uma chance mais aguda ainda no primeiro tempo, mas não conseguiu dar sequência à jogada.

"Além da identificação com a torcida, é veloz, tem drible, profundidade. Em alguns momentos, tivemos o campo. Tanto Otero, quanto Robinho e Valdívia precisam de jogo apoiado. O Luan é mais profundidade. Vamos descansar ele para domingo", completou Roger Machado.

Movimentação

Como costume, Luan correu bastante. A movimentação do jogador, entretanto, foi limitada ao lado direito do campo - justamente por conta do posicionamento determinado por Roger Machado.

O mapa de calor acima mostra que Luan não conseguiu atuar com a mesma frequência nos campos ofensivo e defensivo, como de costume. Naturalmente, a movimentação depende de uma sequência maior de jogos.

Afinal, Luan só disputou nove partidas em 2017. Neste domingo, o meia-atacante terá a chance de emendar a segunda partida seguida como titular justamente em um clássico. A partir das 16h, o Atlético receberá o Cruzeiro no Independência, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.

*Os números utilizados nesta matéria foram coletados pelo Footstats