Teste para coração de mãe: final do Campeonato Mineiro tem paixão por Atlético e América

Na casa de muitos americanos e atleticanos, hoje, a macarronada especial de Dia das Mães terá de ser servida mais cedo. A data especial, para comemorar com a família reunida, vai dividir a atenção com a decisão do Campeonato Mineiro, entre América e Atlético, que se enfrentam a partir das 16h, com expectativa de Mineirão lotado. O Galo garante o quarto troféu estadual em cinco anos (o 44º de sua história) com vitória simples, enquanto aos americanos basta não sofrer gols para quebrar o jejum de 15 anos sem o título – o último foi conquistado, justamente, sobre o Atlético, também no Gigante da Pampulha.

O ânimo das mães atleticanas reflete o bom momento do time nos últimos anos. Ainda está forte a emoção pelo último triunfo, na quarta-feira, sobre o Racing (2 a 1), que garantiu vaga nas quartas de final da Copa Libertadores, mantendo vivo o título de bicampeonato. “Tive de segurar as pontas sozinhas, porque meu marido nem assistiu ao fim do jogo com medo de infartar”, conta, às gargalhadas, a enfermeira Vanessa Maciel Matta Rocha, de 44 anos, que hoje assistirá à final do Mineiro ao lado do marido, Marco Antônio, e dos três filhos: João Pedro, de 20; Rafael, de 17, e Thiago, de 15.

Apaixonada pelo Atlético desde a infância, quando o pai a levava com o irmão ao Mineirão, Vanessa passou a paixão pelo clube para os filhos. “Eu os levo para o estádio desde que são pequenos, até já entraram no campo com os jogadores. Lembro-me de que, muitas vezes, eles até dormiam durante a partida, com a torcida gritando, Mineirão tremendo, e acordavam chorando porque haviam perdido o gol do Galo”, diz Vanessa.

Hoje, a família vai antecipar o almoço na casa das avós para se preparar para a partida. “O almoço vai ser mais cedo. Desde as 15h todo mundo aqui estará grudado na TV. O troféu seria um presentão”, brinca.

COMEMORAÇÃO Estar em menor número, hoje, no Mineirão, não intimida a oficial de Justiça Izabel Cristina Gomide Fernandes, de 51, que vai com os três filhos, americanos, para a Pampulha: Ricardo, de 24; Caio, de 19; e Rodrigo, de 14. “Vai ser como foi contra o Cruzeiro: vamos fazer mais barulho que eles e dar tchau para aquele tanto de gente”, diverte-se Izabel, uma das mães mais animadas da torcida Avacoelhada, que se reunirá hoje, às 13h, no Independência, para seguir de ônibus para o Mineirão. O horário, que obrigará a família a almoçar mais cedo, não incomoda Izabel. “O motivo é nobre.”

A paixão de Izabel pelo Coelho também começou ainda criança, quando ela era levada pelo pai, Nirseo, para jogos no Horto. Ela tomou tanto gosto que viaja com a organizada para jogos fora da capital mineira, tornando-se uma das mais assíduas torcedoras nas partidas do América. “Geralmente, amigos meus vão com o pai para o estádio. No nosso caso, quem leva a gente é a mãe. Acho divertido”, conta Caio.

Izabel está otimista, e não economiza na previsão do placar nesta tarde: “Vai ser 3 a 0, com gols de Bryan, Borges e Danilo. Meu presente de Dia das Mães será ver a maior parte do Mineirão em silêncio, só com a nossa torcida festejando”.