Um brinde à FMF

Por Henrique Borges

Olá, amigos! Preciso começar este texto falando sobre mais um título do CRUZEIRO no vôlei. Impressionante a vocação de conquistas desse time. Leal, Willian, Filipe, Wallace e cia. escrevem com maestria mais uma página heroica e imortal do nosso clube.

Voltando ao futebol, vejo que aos poucos o Cruzeiro vai se acertando. Com os possíveis reforços que virão para o Brasileiro, teremos um time competitivo. No começo do ano, Deivid enfrentou toda a pressão que é comandar o único grande clube da cidade (entenda como grande quem conquista título no plural e/ou não caiu para a Série B), mas, com sequência consistente de vitórias, vem tendo um pouco mais de tranquilidade para trabalhar. Se fosse dar uma nota para ele até aqui, daria um 6.

Certo é que, se fosse o Mineiro de Ronaldinho terminando o primeiro turno do campeonato local nove pontos à frente do segundo colocado, grande parte da imprensa estaria em êxtase. Claro que não quero aqui tirar os méritos do time de Aguirre. Na minha opinião, ainda é o grande favorito ao título e tem Robinho, o melhor jogador brasileiro disputando o Campeonato Mineiro em atividade na América. Incrível, decisivo, irreverente e obstinado, o eterno menino da Vila aos poucos reabre os olhos dos grandes da Europa para seu renascer. Estou impressionado como ele cresceu no Rural. Destaco ainda a maneira como Aguirre enxerga o jogo. É notável. Tem o grupo nas mãos e tira o máximo de cada jogador.

Contudo, nada me preocupa mais nesta reta final do que a Federação Mineira de Futebol (FMF), que também poderia ser chamada de Federação Moderna de Futebol, pela maneira corajosa com que vem mostrando ao país como, por meio da cultura da inovação, se pode evoluir em gestão, competitividade e atração para público, atletas e equipes que participam de seu campeonato. O Mineiro’2016 é tão empolgante e organizado que a FMF poderia assumir a gestão da Festa do Milho em Patos de Minas e fazer a premiação dos melhores do campeonato de lá. Seria um estouro!

Porém, mesmo tão moderna e imparcial, a FMF se viu bastante pressionada na vitória do Cruzeiro sobre o Mineiro de Ronaldinho no Ginásio do Horto. Na época, a torcida atleticana fez um drama danado devido aos supostos erros de arbitragem. Esforço-me cada vez mais para entender quais são as profundas razões psíquicas que explicam e motivam essa gente. Escolheram o dia do jogo, o horário, o ginásio, o juiz e até o presidente da Federação. Quando perderam, o que fizeram? Culparam tudo o que haviam escolhido. Ao melhor estilo Armando Marques, imprensa, torcida e Federação esqueceram que o trio de apitadores agora execrado foi o mesmo que beneficiou o Mineiro na final contra a Caldense em 2015. Tem coisa que a gente vê, tem coisa que a gente não vê”.

Thiago Scuro (foto), que aos poucos vai percebendo a má vontade da FMF e de boa parte da imprensa local com o Cruzeiro, já questionou publicamente algumas decisões da entidade. Ele sabe que nos próximos jogos coisas estranhas podem acontecer contra nosso clube.

No mais, estamos no caminho certo. Bruno, Sérgio, Scuro e Deivid vêm aos poucos organizando a casa. Somando-se isso ao apoio da torcida azul, estaremos fortes não só para o restante da temporada, como também para os próximos anos que virão. Saudações celestes.

*O belo-horizontino Henrique Borges, de 30 anos, é publicitário e vive em São Paulo, mas passa quase todos os fins de semana em BH, onde faz questão de ir ao Mineirão se sua vinda coincide com jogos do Cruzeiro no estádio. Com ele, o Estado de Minas retoma a seção Da arquibancada, para convidados especiais. Na próxima semana, será a vez de um atleticano. Mais um espaço para os torcedores mineiros, já representados nas colunas fixas do cruzeirense Henrique Portugal, às quartas-feiras; do americano Paulo Vilara, nas quintas; e do atleticano Fred Melo Paiva, nos sábados.