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ATLÃ?TICO

Paixão renovada aos 70

Publicado: 04/03/2016 às 11:40

Dario faz o gol do título brasileiro em 1971 diante do Botafogo: ídolo faz aniversário e reafirma amor ao Galo
Folclórico, artilheiro, sempre bem-humorado e um vencedor dentro e fora das quatro linhas. Um dos maiores ídolos da história do Atlético, o carioca Dario, o Dadá Maravilha, que completa hoje 70 anos, será sempre lembrado como o autor do gol de cabeça contra o Botafogo que deu o primeiro título brasileiro ao Galo, em 1971. Pelo alvinegro mineiro foram três passagens – começando pela chegada no fim dos anos 1960 e duas nos anos 1970, com 211 gols marcados e três conquistas.

O ex-atacante se orgulha por cada momento de sua carreira de 20 anos. Ele afirma que seu maior patrimônio é o reconhecimento dos torcedores: “Meu maior presente é receber os parabéns dos meus quatro filhos (Raquel, Cláudia, Shirley e Dadazinho) e o carinho dos atleticanos. Por onde passo, sou muito querido e isso me orgulha muito. Tive uma vida muito difícil, mas com humildade consegui vencer. Fico agradecido por tudo o que o futebol me proporcionou”.

Dario teve uma infância difícil, mas aos poucos soube superar os inúmeros problemas, sobre os quais sempre falou abertamente. Com apenas 5 anos, viu sua mãe se matar, ateando fogo ao próprio corpo. Depois, chegou a praticar roubos, passando por casas de detenção de menores. Foi só aos 19 anos que começou sua história com o futebol, no Campo Grande-RJ.

Ele admitia não ter nenhuma intimidade com a bola no início: “Era um tremendo perna de pau, o que era motivo de zoação dos meus companheiros. Comecei a chutar uma bola quando estava no Exército. Mas tudo virou e hoje sou um homem bem-sucedido e ídolo de uma geração de torcedores”.

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Segundo seus próprios cálculos, Dario tem 926 gols na carreira. Logo, o desempenho e colocaria como o quinto maior artilheiro do futebol brasileiro – perdendo para Pelé (1.283), Arthur Friedenreich (1.239), Romário (1.002) e Túlio Maravilha (1.000). Entre seus melhores momentos na carreira, o ex-jogador destaca dois: o título brasileiro com o Galo, há 45 anos, e o tricampeonato mundial pela Seleção Brasileira um ano antes, figurando como reserva. “O Brasileiro de 1971 foi inesquecível, mas é um orgulho muito grande jogar ao lado de ídolos como Pelé, Tostão, Rivellino, Gerson, Piazza, entre outros. Esses jogadores maravilhosos formaram a melhor seleção de todos os tempos”.

ÍDOLOS Dadá considera Pelé como seu maior ídolo, mas aponta como especiais outros jogadores que foram seus contemporâneos, como Edu, Roberto Dinamite e Zico. Ele vê o futebol atual como um negócio e não como uma verdadeira paixão. “A pior coisa a ser feita é criticar algo. Quando vemos Barcelona, PSG, Bayern de Munique na televisão, percebemos que o nível é altíssimo. Mas o futebol mudou muito porque o jogador se preocupa muito com sua imagem e não dá importância à preparação. Em 1970, treinávamos muitas jogadas de movimentação, chutes a gol e ficávamos exaustos à noite. Mas os jogadores respeitavam os torcedores, a imprensa, éramos humildes e sabíamos ouvir as críticas. Hoje não é mais assim. É hora de reagir”.

Ele, pelo atlético

290 jogos
211 gols


Estreia
Atlético 1 x 0 Uberaba, em 18/5/1969, pelo Campeonato Mineiro

Passagens
1968/1972, 1974 e 1978/1979

Títulos
Campeonato Brasileiro (1971) e Campeonato Mineiro (1970 e 1978)
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