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AMÃ?RICA
Entrevista com Paulo Assis: superintendente comenta planejamento do América para 2016
'Vamos fazer um time forte para o ano que vem', promete o dirigente, que também avalia assuntos importantes como saúde financeira do clube, adesão ao Profut e base
Publicado: 07/12/2015 às 08:00

BATE-PAPO COM PAULO ASSIS
Função de superintendente geral
A função existe no clube há algum tempo, pois é estatutária. Desde que foi criado o conselho, houve o surgimento do cargo de superintendente. O meu trabalho é coordenar as ações e fazer interfaces junto do conselho, com base nas diretrizes do clube. Isso agrega tudo: futebol e parte administrativa. É um desafio muito grande, de forte responsabilidade.
Orçamento para 2016
Planejamos três cenários para o conselho de administração, em todas com a formatação especial para o futebol. Sobre valores, preferimos não divulgar por agora, pois isso faz parte do nosso plano de ações. Futuramente, todos ficarão sabendo, até por ser obrigação do clube trabalhar com transparência, já que houve a adesão ao Profut. Será passado com muito cuidado e num momento oportuno.
Adesão ao Profut
O Profut nos traz obrigações de gestão que estão aderentes àquilo que praticamos. Podemos gastar 80% com o futebol, embora a própria legislação seja confusa. Mas da forma que havíamos trabalhando, temos esse respaldo. Traduzindo para o torcedor: os clubes poderão gastar apenas aquilo que têm. Pode parecer óbvio, mas há casos em que excessos são cometidos. A partir de 2016, é preciso ajustar tudo isso. E a gestão do América está preparada.
Planejamento para a Série A e perfil de contratados
É uma coisa importante para ressaltarmos. O clube tem uma estrutura de análise que começa pelo Cláudio Prates, assistente técnico permanente desde 2011, e passa por vários profissionais, entre os quais o Ari Júnior, analista de desempenho. Com a permanência do técnico Givanildo Oliveira, as conversas ficaram mais fáceis. Já temos os nomes passados por eles, bem como o mapeamento de todos os jogadores. Antes do término da Série B, montamos um cenário de elenco para a Série A e para a própria Série B. Felizmente descartamos o segundo.
O trabalho está sendo feito numa velocidade alta, embora não estejamos preocupados em fazer barulho. É importante que o torcedor compreenda isso. Vamos anunciar tudo num momento oportuno. O americano pode ficar tranquilo, pois vamos montar um time forte para o ano que vem. E o critério das contratações será técnico, e não para fazer barulho. Nosso perfil está desenhado e aprovado.
Prazo para anunciar novidades
Não estamos preocupados com o timing do anúncio. Temos um elenco para montar em 2016. Evidentemente, podem ocorrer mudanças até 4 de janeiro, data de nossa reapresentação. Se tudo caminhar nesse sentido, podemos anunciar antes do Natal – mas nada certo. Caso contrário, vamos segurar até ano que vem. Tentaremos manter o sigilo para as negociações não serem prejudicadas. Não queremos prejuízo.
Novo diretor de futebol
A gente precisa sim de um diretor para executar a parte de futebol. A escolha será feita com bastante cautela, pois ainda estamos traçando o perfil do profissional e verificar a realidade do clube. É um cargo estratégico. Precisa ser alguém com a cara do clube, que conheça bem o perfil e a história do clube. Vamos avaliar.
Venda de jogadores
Inegavelmente, o América é um clube formador e tem várias maneiras de fazer dinheiro com a venda de atletas. Mas vamos guardar a estratégia para nós.
* Richarlison, 18 anos, vice-artilheiro da equipe na Série B, com nove gols em 24 jogos...
Temos um plano de carreira para ele. Nossa vontade é que ele continue, pois tem muito a desenvolver. Se ganhou essa repercussão na Série B, que dirá na Série A. Trabalharemos para mantê-lo para valorizá-lo ainda mais.
O Richarlison não é inegociável. Mas deixo bem claro aqui que se o clube vendê-lo é porque receberá uma situação financeira muito boa que permita um crescimento significativo.
Cotas de TV do Campeonato Brasileiro
Devemos avançar esta semana, pois agora o Campeonato Brasileiro acabou. A negociação dependia de quem caísse para a Série B. Conseguimos, por meio de pesquisa de mercado, algumas simulações. Temos o alvo de valor.
Os R$ 20 milhões são especulativos, são valores de referência. Existe um teto de R$ 35 milhões para os clubes promovidos da Série B. Mas isso é negociado com cada um. É difícil chegar perto disso? Sim. Mas temos uma estratégia.
A briga do América na Série A
Temos que ser transparentes com o torcedor: a Série A é difícil e nós chegaremos com um dos menores orçamentos. Não é desculpa, é constatação da realidade. Mas nosso trabalho será para não brigar para não cair. Queremos chegar à última rodada do Brasileiro já livre desse risco e, por que não, estar classificados para alguma competição importante. Isso depende muito da parte técnica, muito mais que a camisa.
Apoio da torcida
Algo que nos prejudicou em 2011, ano da última participação do América na Série A, foi jogar em Sete Lagoas. Não apenas na questão de renda, mas também no deslocamento dos belo-horizontinos até a Arena do Jacaré. Em 2016 precisamos do voto de confiança do torcedor. Não vamos brigar lá em cima sem o apoio dele. Na Série A, a expectativa é de público maior, como ocorreu nos jogos com Paysandu, Vitória e Ceará. Se o torcedor não comprar a ideia, dificilmente o time vai conseguir. Precisamos conseguir a confiança para que o trabalho seja mais bem feito. Os resultados sempre são bons. Tem gente que fala que a Chapecoense tem que ser exemplo. Tudo bem, concordo. Mas a Chapecoense sempre leva bons públicos no Brasileiro. Assim como o torcedor cobra da gente, a gente tem que pedir a eles para comparecerem ao estádio, tal como fizeram na reta final da Série B.
Preço de ingressos
Vamos traçar algo mais específico para os campeonatos. Que seja suficiente para bancar os nossos custos e ao mesmo tempo acessível ao torcedor.
Sócios do Onda Verde
Temos uma presença não muito grande com relação aos sócios adimplemtes. Em 2016, seremos mais firmes na situação do sócio. Não estamos desenhando nada, mas o público presente tem que extrapolar a ideia do sócio. Precisamos de uma sequência nos bons resultados para termos uma torcida maior. Não gosto de chutar números, então algumas pesquisas foram encomendadas para para construirmos uma meta bem atingível.
Aproveitamento de jovens da base
A premissa básica é de que o elenco precisa ter ao menos 30% de atletas formados na base. Dentro dessa premissa, a comissão técnica é quem vai avaliar. Às vezes um atleta se destaca muito na base, mas se tivermos um qualificado no profissional, ficará difícil de aproveitar.
Precisaremos do retorno financeiro e técnico dos atletas. Isso começa lá na captação, no Clube do Topázio. A relação entre a base e o profissional está cada vez mais próxima e as chances de surgir novos valores são muito grandes.
Reformas no Lanna Drumond (Planeta América)
Isso merece uma reportagem à parte. O Marco Antônio Batista (integrante do conselho de administração) é uma pessoa mais apropriada para comentar. O que posso falar é que há uma comissão de presidentes e ex-presidentes formada por Marcus Salum, Olímpio Naves, José Flávio Lanna Drumond, Afonso Celso Raso e Teodomiro Braga que estão cuidando disso. Envolve não apenas o Lanna Drumond, mas também o patrimônio do clube. Há um projeto imobiliário envolvendo o CLAM (Centro de Lazer do América Mineiro), que passou a fazer parte de um empreendimento imobiliário da Direcional Construtora. A construção do Planeta América será fundamental para integrar base e profissional. É um trabalho árduo, mas garanto que vai acontecer.
Quem é ele?
Nome: Paulo Henrique Vieira de Assis
Data de nascimento: 26 de janeiro de 1983
Idade: 32 anos
Graduação:
- Formado em Direito pela Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC), em 2006;
Especialização:
- MBA em Negócios pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ);
- Possui cursos em gestão de pessoas e experiência na área de finanças;
No América desde...
- dezembro de 2014
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