Acervo
FIFA
Corrupção da Fifa nasceu no Brasil, denuncia jornalista da britânica BBC na CPI do Futebol
Jennings disse à comissão de inquérito que as investigações que conduziu provam a existência de um esquema em que intermediários recebem subornos milionários
Publicado: 03/09/2015 às 18:10

Presidida pelo senador Romário (PSB-RJ), a comissão de inquérito iniciou as atividades após o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, ser preso pelas autoridades suíças acusado de integrar a rede de corrupção chefiada por presidentes de federações internacionais influentes na Fifa. Há a suspeita de que os ex-dirigentes brasileiros João Havelange e Ricardo Teixeira e o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também estejam envolvidos nas fraudes. “A Fifa e a CBF são entidades podres e que precisam urgentemente de um novo estatuto para que elas não tomem mais o dinheiro das pessoas”, afirmou Jennings.
“Estamos falando sobre uma conspiração criminosa. Não são atos individuais. É uma formação de quadrilha”, disse o jornalista. Diante das suspeitas que recaem sobre dirigentes brasileiros, Jennings acredita que a Polícia Federal e o Ministério Público devem colaborar com as autoridades norte-americanas e suíças para abranger o alcance das investigações. “Precisamos de cooperação internacional para combater a corrupção internacional. Vocês têm tudo para dar um banho de investigação”, afirmou. “Esta pode ser a caixa de Pandora que pode mudar o futebol aqui e na América do Sul”.
Jennings disse à comissão de inquérito que as investigações que conduziu nos últimos anos provam a existência de um esquema em que intermediários recebem subornos milionários e se beneficiam da lavagem de dinheiro e do superfaturamento de contratos. A corrupção em escala internacional estaria presente, segundo o jornalista, na venda de patrocínio e direitos de imagem e em empresas de marketing esportivo e de comunicação. Para ele, deveria haver uma operação que buscasse indícios de atividades criminosas nos contratos que envolvem a transmissão e publicidade dos jogos da Seleção Brasileira e os aviões e hotéis utilizados pelos atletas convocados.
A Copa do Mundo de 2014 também foi denunciada por Jennings. Ele se indignou com as concessões que o governo brasileiro fez à Fifa para que o torneio pudesse ser organizado conforme os padrões da entidade. “Que tipo de orgulho um país tem ao deixar que gângsteres entrem e ditem as regras?” indagou o jornalista. Antes de concluir o depoimento à CPI, Jennings ironizou a presença de assessores da CBF que acompanhavam a sessão. “Fiquem até o fim, voltem para o Rio de Janeiro, fechem aquela entidade e a reabram redemocratizada para a sociedade brasileira”, afirmou.
Últimas

Mais Lidas
