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CAMPEONATO CARIOCA

Opinião: Luxa, um mártir

Publicado: 04/04/2015 às 15:56

Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) desde 2007, não ficará para a história como um dirigente capaz de mudar os rumos do futebol daquele estado. Em quase uma década de administração, seu maior feito foi... Bom, não houve algum, nem o prometido aumento da cota de tevê dos times menores. Isso até agora. Rubinho conseguiu algo histórico: transformar Vanderlei Luxemburgo em mártir.

Nesta sexta (3/4), a cena de Luxa com a boca vedada ultrapassou nossas fronteiras. Inúmeros veículos internacionais destacaram a luta do “ex-comandante do Real Madrid” contra a “ditadura” de uma entidade carioca — com uma foto de divulgação distribuída gratuitamente pelo Flamengo, é claro, de forma a contribuir para toda a cena.

Luxemburgo expressou-se mal ao pedir “porrada” na federação e acabou suspenso por dois jogos. Liminares vêm, liminares vão, o técnico não estará no Maracanã para o Fla-Flu e, em espírito de Páscoa, percebeu que poderia expiar seus pecados. As controvérsias acumuladas na carreira não importam mais. Bastou o “não vão me calar” para que Luxa virasse hit das redes sociais, na campanha #todoscontraferj.

Mérito de um regulamento natimorto. Merece punição é quem consegue elogiar a estrutura, a organização, a qualidade técnica do “charmoso” campeonato capaz de permitir a consagração de um Madureira qualquer no meio de uma via-crúcis chamada Taça Guanabara.

A luta entre o profissionalismo das atuais gestões de Flamengo e Fluminense e o amadorismo da estrutura viciada da federação de Rubens Lopes dificilmente vai dar em algo produtivo. Mas já gerou um mártir da luta pelas boas causas do futebol brasileiro. Acredite: Vanderlei Luxemburgo. Ou seria Wanderley Luxemburgo?
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